Na última segunda-feira (8), a morte de Farid Afif (DEM), vereador de Ponta Porã, completou um mês e o caso ainda não foi solucionado. Ele foi executado a tiros em frente a uma concessionária de veículos enquanto pedalava em uma bicicleta. Imagens divulgadas nas redes sociais, na época, mostram que ele estava sendo perseguido.

Segundo testemunhas, o chegou em uma moto, cometeu o crime e fugiu. O chegou a ser acionado, porém o vereador morreu no local, dentro da agência. Um dia antes de morrer, Farid Afif chegou a publicar vários vídeos nos quais incentivava as pessoas a andarem de bicicleta em um projeto desenvolvido por ele, denominado ‘Sexta Sustentável'.

No dia em que o vereador foi executado a tiros, sua filha caçula fazia aniversário. Antes de morrer ele fez uma postagem sobre a data nas redes sociais: “Bom dia, galera! Hoje, com muita mais alegria, pois é o aniversário da nossa caçulinha! FELIZ ANIVERSÁRIO, muitas FELICIDADES, SAÚDE, REALIZAÇÕES, PROSPERIDADE, FÉ, AMOR e BENÇÃOS do SENHOR! TE AMAMOS MUITOOOOOO, PARABÉNS”. Farid, que era empresário e natural de Santos (SP), tinha 37 anos

Passados mais de 30 dias, o silêncio sobre o caso continua imperando e deixa os familiares em compasso de espera, sem nenhuma notícia sobre o que possa ter ocorrido com o vereador, que deixou uma mulher e três crianças pequenas. Segundo depoimentos de pessoas próximas, era um político ativo, por isso exercia a função de líder do prefeito Hélio Peluffo (PSDB).

Farid Afif era vereador pelo município de Ponta Porã. No Legislativo, ele ocupava o cargo de líder do prefeito Heléo Peluffo (PSDB)

 

Procurada pela reportagem do Midiamax, a advogada e irmã de Farid, Sumaya Caldas Afif, de 43 anos, disse que até o momento a família não recebeu nenhuma informação sobre o caso, e que a única coisa que falam é que as investigações seguem. “Nada mudará ou trará meu irmão de volta. Mas penso que ter alguma resposta é o mínimo para acalmar nossos corações”, desabafa Sumaya.

“Ele não merecia tamanha covardia”

“É tudo surreal. Ele era um moço comprometido com a família, com o trabalho. Meu irmão era o cara mais gente boa, amigo de todo mundo, super alto astral. Ele não merecia tamanha covardia”, lamenta a irmã, que disse passar 10 dias em Ponta Porã e o restante do mês em São Paulo, onde tem um escritório de advocacia.

Segundo Sumaya, a saudade do irmão fica ainda mais acentuada quando a ausência de respostas reina sobre muitas perguntas que ficam no ar e martelam os pensamentos dos familiares sobre o que pode ter acontecido. “Não sabemos o que motivou esta atrocidade, mas seja por ganância, por inveja, por vaidade ou por qualquer outro motivo torpe, nada justifica tirar a vida de um pai de família com 3 crianças pequenas”, lamenta a irmã.

Se do lado da família a espera por informações sobre o assassinato de Farid Afif amplia ainda mais a ferida provocada pela perda, para os agentes de segurança o caso ainda segue em aberto.

“Oficialmente ainda não temos nada. O Inquérito Policial chegou para mim apenas na última quarta-feira (10) e desde então passei a ser o responsável pela investigação”, explica o delegado Carlos Delano, titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), que fica em Campo Grande.

Segundo o delegado Delano, uma investigação dessas é complexa e tem muitas variantes, detalhes. “É natural a família estar nessa condição e esperar uma agilidade que nem sempre se pode atender”, pondera o delegado que diz compreender a angústia dos familiares por uma resposta sobre as investigações.