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Cotidiano

Sem espaço e respeito de motoristas, pedalar em Campo Grande é conviver com insegurança

Locais inadequados e falta de sensibilização no trânsito têm contribuído para acidentes fatais cada vez mais recorrentes
Arquivo -

Os adeptos do são unânimes em dizer que o maior desafio de quem pratica o em não é o peso do pedal em uma subida mais íngreme. Faltam espaço, conscientização e até respeito, fatores que têm contribuído para acidentes fatais cada vez mais recorrentes.

Apesar da malha cicloviária de aproximadamente 100 quilômetros, grupos de ciclistas têm preferido pedalar na rua. “As ciclovias não estão prontas para atender o ciclista. É caco de vidro, raiz de árvore, falta de iluminação, de segurança”, diz o empresário Cláudio Ribas, de 47 anos.

Cláudio é o idealizador do grupo “No Stress Bike Club”, do qual fazia parte o Maycon Nantes, que morreu ontem (21) depois de ser atropelado em uma estrada vicinal próxima ao Assentamento Santa Mônica. Segundo relatos, o ciclista perdeu o equilíbrio e caiu no momento em que o carro passava.

O trecho onde aconteceu o acidente costuma receber ciclistas nos feriados e finais de semana. Nestes casos, é comum se deslocar até o local da trilha já de bicicleta, o que leva o ciclista a pedalar na rodovia.

“Tem gente que não tem como ir de carro e vai pedalando, acaba indo pela rodovia. Nosso grupo tenta evitar ao máximo pegar rodovia, porque é um risco desnecessário. Algumas não têm acostamento, ou o acostamento não é bom”, explica o arquiteto Leonardo Serzik, 41, do “Pedal Vai Quem Quer”.

Ele conta que muitos motoristas ainda desrespeitam o distanciamento obrigatório de 1,5 metro ao passar pela bicicleta, o que, na rodovia, pode provocar uma queda, dada a velocidade dos veículos. Não guardar a distância mínima é considerada infração gravíssima desde a última reforma na legislação de trânsito. A multa é de pelo menos R$ 293.

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Ciclistas em ciclovia de Campo Grande – Arquivo

O respeito às normas passa pela sensibilização de motoristas e ciclistas. O designer Pedro Dias Garcia, 31, que integra o coletivo “Bici nos Planos Campo Grande”, sente falta de campanhas de conscientização no trânsito.

“Para Campo Grande ser uma cidade amiga do ciclista precisa ter políticas públicas, campanhas educativas e fiscalização para coibir maus motoristas”, opina. O coletivo abriu frente de diálogo com a Câmara Municipal de olho em melhorias para quem recorre à bicicleta como meio de transporte.

Em março, um acidente vitimou Emanuelle Aleixo Gorski, 20, que pedalava próxima da entrada do – outro local frequentado por ciclistas. O caso motivou protestos por mais segurança no trânsito.

Dicas

A sensibilização exige mão dupla e quem pedala faz a mea-culpa. “Assim como o motorista tem que se colocar no lugar do ciclista, o ciclista também tem que seguir as regras”, afirma Cláudio Ribas.

Segundo ele, o número de adeptos ao pedal tem crescido muito, o que gerou certo descontrole. Há quem ignore medidas básicas de segurança, como adesivos refletivos (olho de gato) e pedalar na mão correta.

Em trajetos urbanos, “é importante sempre andar atento, evitar de usar fones de ouvido”, recomenda Pedro Garcia. Ele ressalta que o ciclista tem o direito de usar as faixas de rolamento caso ultrapasse a velocidade permitida nas ciclovias, de até 25 km/h.

Nas pedaladas em grupo e trechos de trilha, Leonardo Serzik alerta para andar em fila indiana, sempre que possível. “Ficar no máximo à direita, usar os equipamentos de segurança e nunca deixar alguém sozinho para trás”, completa.

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