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Cotidiano

Sem água e dormindo em tarimbas: indígena denuncia trabalho análogo à escravidão em MS

"Tinha que pegar água no caminhão-pipa e colocar na bacia, muitas vezes vinha suja", conta trabalhador
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Imagine viver em um barraco sem o mínimo de conforto em uma e distante dos seus familiares. Sem água encanada, sem esgoto, sem energia elétrica e dormindo em tarimbas: eram assim que viviam indígenas contratados para trabalhar como empreiteiros em uma fazenda em , a 203 km de . Funcionários denunciam que o fazendeiro ainda reclamava quando eles iam para a cidade ver a família.

Um dos funcionários contou à reportagem do Jornal Midiamax que trabalhou por cerca de 50 dias na fazenda. O trabalhador preferiu não se identificar, por medo de represálias. Ele e o amigo trabalhavam como empreiteiros, construindo cercas na propriedade, porém foram despejados na última semana. 

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Imagem mostra interior do barraco. (Foto: Reprodução)

O trabalhador conta que conseguiu o trabalho por meio de um amigo, que já morava no local. Ele disse que à princípio iriam morar em barracos, mas que a situação iria melhorar. “Não tem água, não tem luz, não tem nada. A gente ficava em um barraco com a água do caminhão-pipa. Às vezes, ele deixava só em uma caixa d’água”, diz. 

O indígena explica que sempre era uma dificuldade para conseguir receber pelo serviço, mas desta vez o fazendeiro não queria pagar pelo serviço. “Ele atrasou por um mês, não queria nos pagar. Ele queria outro serviço para poder pagar, queria que a gente fizesse outra cerca”. 

Diante do impasse, o fazendeiro teria dito que os indígenas deveriam desocupar os barracos. “Ele pagou um valor muito abaixo do preço, esse meu amigo tem um relatório. O pai dele trabalhou sem registro por muito anos”, denuncia. O indígena afirma que o colega já procurou o Ministério Público para fazer a denúncia. 

De acordo com o trabalhador da fazenda, as condições do trabalho eram muito precárias e seriam consideradas análogas à escravidão. “Era muito ruim, tinha que pegar água no caminhão-pipa e colocar na bacia, muitas vezes vinha suja. A gente cozinhava no fogão de lenha no chão e dormia na tarimba”, comenta o trabalhador. 

É importante lembrar que o foi abolido há mais de cem anos, mas ainda há casos de trabalhos em condições precárias em Mato Grosso do Sul. No ano passado, foram 16 denúncias de trabalho escravo recebidas pelo Ministério Público, mas apenas quatro se confirmaram. Diante da denúncia, o jornal Midiamax entrou em contato com o MPT (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul) e aguarda retorno. 

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