Um dos funcionários contou à reportagem do Jornal Midiamax que trabalhou por cerca de 50 dias na . O trabalhador preferiu não se identificar, por medo de represálias. Ele e o amigo trabalhavam como empreiteiros, construindo cercas na propriedade, porém foram despejados na última semana. 

[Colocar ALT]
Imagem mostra interior do barraco. (Foto: Reprodução)

O trabalhador conta que conseguiu o trabalho por meio de um amigo, que já morava no local. Ele disse que à princípio iriam morar em barracos, mas que a situação iria melhorar. “Não tem água, não tem luz, não tem nada. A gente ficava em um barraco com a água do caminhão-pipa. Às vezes, ele deixava só em uma caixa d’água”, diz. 

O indígena explica que sempre era uma dificuldade para conseguir receber pelo serviço, mas desta vez o fazendeiro não queria pagar pelo serviço. “Ele atrasou por um mês, não queria nos pagar. Ele queria outro serviço para poder pagar, queria que a gente fizesse outra cerca”. 

Diante do impasse, o fazendeiro teria dito que os indígenas deveriam desocupar os barracos. “Ele pagou um valor muito abaixo do preço, esse meu amigo tem um relatório. O pai dele trabalhou sem registro por muito anos”, denuncia. O indígena afirma que o colega já procurou o Ministério Público para fazer a denúncia. 

De acordo com o trabalhador da , as condições do trabalho eram muito precárias e seriam consideradas análogas à escravidão. “Era muito ruim, tinha que pegar água no caminhão-pipa e colocar na bacia, muitas vezes vinha suja. A gente cozinhava no fogão de lenha no chão e dormia na tarimba”, comenta o trabalhador. 

É importante lembrar que o foi abolido há mais de cem anos, mas ainda há casos de trabalhos em condições precárias em . No ano passado, foram 16 denúncias de trabalho escravo recebidas pelo Ministério Público, mas apenas quatro se confirmaram. Diante da denúncia, o jornal Midiamax entrou em contato com o MPT (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul) e aguarda retorno.