Pandemia afastou quase todas as doadoras de leite da Maternidade Cândido Mariano

Banco de Leite Humano relata queda de quase 100% nas doações de leite materno, usado para ajudar bebês prematuros no hospital.

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A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) apresentou mais um impacto negativo à sociedade de Campo Grande: em virtude da insegurança de muitas lactantes em se contaminarem, a Maternidade Cândido Mariano informou queda de quase 100% nas doações de leite humano em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Vanessa Torres, nutricionista responsável pelo BLH (Banco de Leite Humano) da maternidade explicou que, todos os meses, são distribuídos mais de 6 mil mililitros nos atendimentos no hospital. “O ideal seria trabalharmos com 90 litros por mês para atender a todos os bebês, mas a quantia que temos disponível não chega nem perto dessa medida”.

A nutricionista ainda explicou que, sem a pandemia, já se esperava nesses dois meses queda das doações para 15 litros por mês, devido às férias escolares e viagens das famílias no fim do ano. “Agora, devido à Covid-19, essa oferta diminuiu ainda mais. Por isso a doação é importante: independentemente do coronavírus, os prematuros continuam nascendo e precisam do alimento”.

Além dos recém-nascidos, as doações ajudam também as mulheres que colaboram com o Banco de Leite Humano. Isso porque, conforme especialistas citados pelo hospital, a doação faz com que ela produza ainda mais leite, reduzindo o risco de câncer de mama e ovários, evita a osteoporose reduz sangramentos.

Vanessa ainda explica que o processo de doação é seguro, já que a pasteurização inativa o coronavírus. “Os procedimentos realizados pela equipe do hospital e a rotina no nosso banco de leite estão de acordo com as normas do Ministério da Saúde para prevenir a infecção e a propagação do vírus”.

Quem deseja colaborar com o BLH da Maternidade Cândido Mariano pode obter informações pelo telefone (67) 3041-4735. A unidade tem toda a estrutura necessária para receber a lactante –havendo possibilidade de agendamento para reduzir a circulação e aglomerações. Outra opção é a coleta domiciliar, que chega a todos os bairros da Capital através de voluntários que coletam o leite, em vidros esterilizados, na casa das doadoras.

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