“Os momentos mais marcantes é estar cuidando de colegas de trabalho, as vezes do mesmo setor. Neste último ano a nossa profissão tem exigido controle emocional redobrado, persistência diária e, contudo, fé. Essa é a nossa única esperança para tempos melhores”, afirmou.
Kellen relata que as maiores dificuldades emocionais é ter que comunicar às famílias dos colegas de profissão quando há a necessidade de intubação. Para aqueles que comemoram o seu dia e estão incansavelmente na linha de frente da doença, a vacina para todos é a esperança de vencer a pandemia e conseguir ter uma ‘vida normal’ de volta.
Daniele Lima dos Santos, de 43 anos, é enfermeira há três anos e em 2020, chegou a fazer parte da equipe do HRMS no socorro aos pacientes infectados. Ela comenta que a rotina na profissão não é fácil, com pouca valorização e cargas excessivas.
Hoje atuando na área da maternidade, ela comenta que os dias de plantonista no hospital referência na doença em MS não foi nada fácil. “Fiquei cerca de 6 meses. Era gente morrendo todo dia e ao contrário na maternidade, onde via vida nascendo todo dia, uma nova esperança com os bebês, por outro lado, a doença complicando tudo”, comentou.
Apesar de ter atuado no setor do HRMS de tratamento de pacientes com Covid-19, Daniele não chegou a ser infectada, mas presenciava todos os dias os companheiros de profissão ficando adoecidos com o vírus.
No Dia da Enfermagem e do Enfermeiro, a profissional torce por maior valorização e por dias melhores, onde o coronavírus não exista. “Muitos de nós trabalham em dois empregos para podem sustentar a família. Fazemos plantões dobrados para conseguir nos sustentar. Falo que precisamos para de romantizar que trabalhar em dois empregos é normal, porque não é. É desgastante”, disse a enfermeira.
A enfermeira diz que a chegada da vacinação é uma ‘luz no fim do túnel’ para o mundo e que após ver amigos e familiares morrendo da doença, a imunização é a única esperança de dias melhores.