Mesmo após a fala do secretário estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, sobre o possível fim da obrigatoriedade do uso de máscaras com 80% da população imunizada, muitos ainda acreditam que o percentual não é o suficiente para retirar o EPI (Equipamento de Proteção Individual) do rosto.

O uso obrigatório do equipamento, que se tornou algo natural para muitos, ainda causa divergências. Embora alguns vejam o avanço da imunização no Estado como um iminente fim para os ‘rostos cobertos', outros pretendem usar a máscara por um longo tempo ou até mesmo incorporá-la a sua rotina permanente.

É o caso de Mari Barbosa, 47 anos, que não pretende largar a máscara tão cedo. Ela conta que acredita nas vacinas, mas sabe que a imunização não é de 100%, então mesmo recebendo as duas doses necessárias e com 80% da população já vacinada, ainda não se vê sem o EPI.

Opinião compartilhada por Jossimara dos Santos Silva, 26 anos, que considera o costume de usar a máscara tão natural a ponto de sentir falta quando não for mais necessário. “Eu acho que vou parar de usar apenas quando a acabar. Por exemplo: acabarem as mortes, os casos estiverem quase zerados, aí penso que será realmente seguro”.

Já Claudia França, 48 anos, comenta que, para ela, o problema não está atrelado a costumes ou a vacinação da população, mas sim a insegurança pessoal. “Depois de tantos casos e ainda tem as variantes. Eu vou me sentir insegura de andar sem a máscara, vai levar um tempo para entender que estarei segura sem usá-la”, comentou.

Claudia França fala sobre a insegurança para deixar a máscara em casa. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, o uso de máscara deverá se tornar algo comum mesmo após a liberação, seja por precaução da ou de outras doenças. “Eu já estive em países asiáticos e lá as pessoas utilizam a máscara naturalmente, seja para se proteger ou para proteger aqueles ao seu redor”.

Nos Estados Unidos, o uso de máscaras foi dispensado em maio para os cidadãos imunizados – com exceção para o transporte coletivo. Na época, o país tinha 46% da população vacinada com ao menos uma dose.

Rafael Penha vê com bons olhos a ideia de retirar a máscara com 80%
da população vacinada. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Motivo que faz com que outra parcela das pessoas enxergue o fim da obrigatoriedade com empolgação e ansiedade. Rafel Penha, 18 anos, diz confiar na vacina e na imunização gerada pela aplicação em massa das doses, por isso, com a liberação ocorrendo com 80% da população vacinada, se sente seguro em andar pelas ruas ou entrar em locais fechados sem o EPI.

“Eu acredito que muitos ainda terão receio em andar sem máscara, mas eu acredito na proteção gerada pelas vacinas e acho que não vai ser necessário o uso”, disse. Já outros pensam de forma mais simples, Hilda Oliveira explica ainda não ter se acostumado com a máscara e por conta disso pretende deixar o EPI após a liberação.

Para o secretário municipal de Saúde de Campo Grande, José Mauro Filho, o fim do uso obrigatório de máscara deve ser relacionado com os índices da pandemia na totalidade e não apenas uma porcentagem específica. “Quando tivermos um nível de contaminação baixo, com queda no número de óbitos, o retorno das atividades vai ocorrer e com isso a não obrigatoriedade do uso de máscaras vai ocorrer naturalmente”.

O mês de agosto deve ser o ponto de partida para a retomada das atividades em Mato Grosso do Sul, mas ainda não é hora de relaxar. “Apesar desse avanço na vacinação, é preciso lembrar que a doença não está sob controle. Precisamos vacinar a população, ainda vai levar um tempo para que esta seja só uma página triste da nossa história. Esperamos acabar com isso em breve, para retornar a vida ao normal”, disse o titular da (Secretaria Municipal de Saúde).