Com descarte até de manequins, lixão na BR-262 é problema antigo para moradores
No local, é frequente o descarte de lixo, roupas, móveis e até animais
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Uma região de cerca de 2 quilômetros de extensão às margens da BR-262, no bairro Tarumã, em Campo Grande, tornou-se lixão clandestino, incomodando moradores vizinhos. Nesta terça-feira (5), centenas de manequins de uma loja de roupas foram descartados no local. No entanto, o descaso é antigo e os materiais abandonados são os mais diversos.
No local, é possível encontrar todo tipo de objeto, como, por exemplo, sofá, cadeira, roupas, restos de marmitas e verduras, garrafas de cerveja e até animais mortos. Às margens da rodovia, famílias assentadas precisam conviver com o descarte irregular e suas consequências.
Dinas Barbosa, de 30 anos, mora há quatro anos às margens da BR. Ele comenta que os descartes independem do horário. “Aqui é direto, o povo nem liga se está Sol, só vem e descarta”, conta. “Durante o dia é mais caminhonete, à noite vem caçamba”, completa o morador.
Animais também são deixados por lá. Vivos ou mortos. Luciano Rodolfo Alves, de 31 anos, morador há oito meses do assentamento já chegou a resgatar filhotes. “Já virou costume do pessoal jogar lixo aqui, o que eu já tirei de lixo, de cachorro morto e até de filhotinho abandonado não dá para contar”, afirma.
O morador chegou a construir uma cerca na lateral da BR-262 para dificultar o descarte ilegal próximo a sua residência. No entanto, gesto é pequeno para inibir a ação, já que estradas de terra foram marcadas para facilitar o acesso vegetação adentro.
Confira o vídeo gravado pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax:
Paulo Soares, de 42 anos, visita frequentemente o tio que mora no assentamento. Mesmo não sendo morador, ele está acostumado a ver a presença de carros e caminhões fazendo o descarte. “O tempo todo, todo dia, toda hora”, fala. “Isso aí é coisa antiga, até antes do meu tio vir já acontecia”, conclui.
Os moradores já chegaram até a questionar os frequentadores do lixão, mas, segundo eles, a justificativa é sempre a mesma. “Chega o cara com caminhonete aqui e fala que é dono. Todo mundo é dono”, cita Barbosa.
Além do lixo, a população reclama das frequentes queimadas, alternativa encontrada por muitos que passam por lá para se livrar dos objetos. “A fumaça entra na casa toda e vira um inferno de calor e fumaça”, comenta Alves. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros é presença carimbada quando isso ocorre.
Em nota, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que as equipes de fiscalização já trabalham para identificar o autor do descarte, que pode receber multa que varia entre R$ 2.337,27 e 9.509,07.
Ainda conforme a pasta, fiscalizações são realizadas diariamente. Além disso, pede para que a população ajude no combate a este tipo de prática. Quando houver o flagrante do descarte de materiais, a patrulha ambiental da GCM (Guarda Civil Municipal) via 153 deve ser acionada. Em casos onde o descarte já ocorreu, a denúncia deve ser encaminhada diretamente à Semadur, pelo disque denúncia 156.
A concessionária responsável pelo tratamento de lixo na Capital, a Solurb, também foi contatada pela reportagem para detalhes sobre onde esses materiais, como os manequins, podem ser descartados, mas não houve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.
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