Em obras, corredor de ônibus na Rua Bahia aumenta preocupação com acidentes
Problemas já conhecidos, como trânsito lento e falta de vagas, também são alvo de reclamações
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As obras para implantação do corredor de ônibus na Rua Bahia, em Campo Grande, estão avançando e o corredor deve começar a funcionar em breve, para desgosto de moradores e comerciantes instalados na via. O corredor promete dar celeridade para as viagens de ônibus ligando regiões opostas da Capital.
A principal preocupação dos comerciários — a grande maioria da rua — são os acidentes que a nova dinâmica pode acarretar, como colisões e atropelamentos. “Na esquina com a Abrão Júlio Rahe sempre tem acidente. É que os motoqueiros vêm disparados desde lá da [rua] Antônio Maria Coelho. E vai aumentar quando começar a funcionar esse corredor”, disse a empresária, dona de uma loja de bolos, Isabel Vieira ao Jornal Midiamax.
Já para o dono de um centro automotivo, o empresário Eduardo Luiz, que está há 26 anos no ponto, a instalação das ilhas para a descida de passageiros dos coletivos é o maior dos problemas. “As filas já estão grandes, já aumentou o trânsito, mas isso a gente consegue lidar. Mas e quando um deficiente ou uma criança for descer do ônibus? Ou ela vai atravessar na frente de um ônibus ou na frente de um carro. É perigoso”, opinou ele.
Assim como já aconteceu na Avenida Brilhante, na Bahia são instaladas estações de embarque e desembarque no meio da via. Diminuindo de quatro para três pistas de rolamento, as adequações no asfalto já foram feitas e na semana passada começaram a instalações das tachinhas de sinalização, os olhos de gato, para separar o trânsito dos carros e motos e dos ônibus.
Falta de espaço para estacionamento
Outro problema apontado pelos comerciantes é a extinção das vagas para estacionamento do lado esquerdo da Rua Bahia, que será usado para a passagem dos coletivos. “Vai matar o estacionamento. Já não tem onde parar. No horário de pico, na saída da escola as ruas ficam todas tomadas”, comentou Isabel, se referindo ao Colégio Montessori, na Abrão Júlio Rahe.
A rua, principalmente após a Avenida Mato Grosso, é recheada por estabelecimentos comerciais como consultórios médicos, barbearias, lojas e restaurantes, nos quais os clientes usam as vagas para estacionar seus veículos. Por enquanto ainda é permitido estacionar no local destinado aos ônibus, mas quando o corredor começar a funcionar, metade das vagas serão perdidas.
Isabel contou à reportagem que a dona de um restaurante, que ficava em frente a sua loja, vendeu o ponto quando soube da implantação do corredor. “Ela já estava há quatro anos no ponto e ficou assustada. Aí decidiu vender porque ia perder as vagas dela”, relatou.
Congestionamento
Após a readequação da pista de rolamento, o fluxo de carros pareceu aumentar. Consequentemente, a paciência dos motoristas também teve que aumentar, já que o trânsito ficou mais lento no local. “Na hora do rush isso aqui fica complicado. As filas [de carro] já estão ficando bem grandes”, disse o empresário Eduardo Luiz. Já conhecendo o trânsito no local, muitos motoristas evitam passar pela via.
Os corredores de transporte estavam previstos no plano municipal de mobilidade urbana, em vigor desde 2015. Segundo a prefeitura, são 69 quilômetros de pistas exclusivas para os ônibus trafegarem entre os terminais Guaicurus, Morenão (Região Sul da cidade), General Osório e Nova Bahia (Região Norte), passando pelo Centro da cidade. O Corredor Sudoeste liga os terminais Aero Rancho e Bandeirantes à área central da capital.
Conforme os técnicos da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, com as pistas exclusivas, os ônibus deixam de disputar espaço no trânsito com os demais veículos, com isso a expectativa é aumentar em até 62% a velocidade média (de 16 para 25 km/h) dos coletivos. O resultado será tempo de espera menor para o usuário, sem necessidade de aumentar a frota, o que encarece o custo final da tarifa.
O Jornal Midiamax entrou em contato com a prefeitura de Campo Grande para detalhes da previsão de funcionamento e orientação dos motoristas, mas até a publicação desta matéria, não houve retorno.
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