A raiva bovina já matou mais de 100 animais na região nordeste de e a (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) emitiu alerta na região, que vale tanto para animais quanto para pessoas.

Isso porque o transmissor da doença é o morcego-vampiro, que pode infectar bois, javalis, porcos, cachorros, gatos e até pessoas. Neste último caso, se você tiver contato com esse pequeno mamífero, deve procurar um posto de saúde imediatamente.

O pesquisador Ivan Sazima, autor de um estudo sobre morcegos-vampiros, alertou sobre os perigos desse animal.

“É apenas um ‘oportunista’ em busca de sangue”. Essa espécie de morcego, chamada de Desmodus rotundus, é pequena, voa e pode saltar. “Ele é capaz de se espremer por um vão menor que sua altura normal. É difícil se proteger de um morcego-vampiro se ele está a fim do seu sangue”, diz o cientista. Diferentemente dos vampiros do cinema, que atacam veias e artérias, esse animal morde apenas vasos superficiais.

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Agora dá para entender o porquê o morcego-vampiro também salta.

Monitoramento em MS

Por enquanto, o número de foco concentra-se nos bovinos. Somente na região de  nove focos foram encontrados: 3 focos na região da Serra do Faustino Vendrame, 1 foco na região da Ilha do Pescador; 3 focos na região ao fundo do Aeródromo Municipal e 2 focos na região do Distrito do Indaiá do Sul.

Uma das estratégias para controlar a aparição dos morcegos-vampiros é o monitoramento dos possíveis abrigos de morcegos em propriedades rurais, especialmente as localizadas na região dos focos.

O coordenador de dois programas da , o fiscal estadual agropecuário Fábio Shiroma, explica que o trabalho dos técnicos depende da comunicação dos produtores da região. “O controle preventivo e a vacinação dos bovinos são fundamentais para evitar a doença, que não tem cura”, reforça Shiroma.

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Técnicos da Iagro monitoram possíveis abrigos do morcego-vampiro. (Foto: Divulgação)

Mesmo não sendo obrigatória a vacinação, a agência recomendou aos produtores da região de Cassilândia que façam a imunização no rebanho, por conta dos focos encontrados, destacando ainda a importância do reforço da dose 30 dias depois.

Fábio alerta para a importância dos cuidados que o produtor deve ter quando da suspeita da doença nos animais. “Em hipótese alguma as pessoas devem manipular os animais com sintomatologia nervosa”, esclarece, lembrando que a raiva é uma zoonose que pode ser transmitida para o homem e não tem cura.

Maior oferta…

O pesquisador Ivan Sazima é autor de um estudo publicado no Jornal da Unicamp (Universidade de Campinas) em que alerta para o aumento de javalis e javaporcos na região sudeste, que além de transmitirem doenças a animais silvestres da região, servem como fonte de alimento para morcegos-vampiros.

Segundo ele, a situação é clássica: com o aumento na oferta de alimento (no caso, javalis e javaporcos), sempre há um crescimento no número de morcegos-vampiros.