Futebol feminino: Times tradicionais passam por reformulações
O recente fechamento de um acordo de valor recorde de transmissão chamou a atenção para a valorização do futebol feminino. A Federação Inglesa de Futebol distribuiu os direitos de transmissão de jogos de três anos entre as redes de TV Sky Sports e BBC pela soma de 8,1 milhões de euros. O campeonato feminino inglês […]
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O recente fechamento de um acordo de valor recorde de transmissão chamou a atenção para a valorização do futebol feminino. A Federação Inglesa de Futebol distribuiu os direitos de transmissão de jogos de três anos entre as redes de TV Sky Sports e BBC pela soma de 8,1 milhões de euros.
O campeonato feminino inglês tende a se valorizar e ganhar uma visibilidade maior com essa decisão. Mas não é apenas na Inglaterra que a modalidade jogada por mulheres tem perspectiva de crescimento: números do Ibope comparativos do período entre 2014 e 2018 revelaram um aumento de 30% no tempo médio assistido na televisão de jogos de futebol feminino no Brasil.
Apesar disso, o investimento nacional no esporte ainda tem muito para onde crescer: de acordo com um estudo da Fifa de 2019, a seleção do Brasil conta com apenas duas categorias base e 475 meninas menores de 18 anos registradas em times de futebol e competindo. Nos Estados Unidos, elas eram em 1,5 milhão de meninas, e as categorias de base são oito.
Apesar do grande poder econômico dos Estados Unidos, a discrepância dos números impressiona, tendo em vista a tradição brasileira no esporte e a capacidade nacional de alavancar jogadoras do mais alto nível profissional nos últimos anos.
Iniciativas como o recente teste promovido pela casa de apostas Betway internacional com a equipe do Real Betis Féminas revelam consistentemente que o futebol profissional vem ganhando cada vez mais interesse das mulheres e em geral.
As jogadoras mostraram conhecimento não só dos feitos de seu clube – que ano ele subiu de divisão, quando foi fundado – mas também dados sobre a seleção espanhola e grandes jogadoras contemporâneas, como a brasileira Marta, seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo. O quiz mostra como elas estão antenadas no que estão rolando. E com cada vez mais fãs, será normal ver que o nível de atenção e envolvimento de todas as partes irá crescer.
Esse crescimento na apreciação do esporte provado pelo conteúdo da Betway pode ser percebido de diversas maneiras. A capacidade de enxergar o jogo feminino como um negócio nem sempre ganha a devida atenção.
Mudança estratégica
A entrevista do proprietário do Chelsea, Roman Abramovich, à Forbes lançou luz a esse aspecto do esporte. Em 2020, o clube sagrou-se campeão da Superliga Feminina Inglesa, superando o recorde de maior período invicto do torneio (32 jogos) e ganhou a Copa Continental pela segunda temporada consecutiva.
Aos olhos de Abramovich, a importância crescente da incorporação de equipes de mulheres nos grandes times é uma tendência interessante também do ponto de vista empresarial:
– Acho que o investimento [no futebol feminino] se paga. Acho que o sucesso delas demonstra o que pode ser alcançado ao dedicar recursos e tem a liderança correta.”
Além de confiar nos bons resultados do esporte profissional, a implementação de mudanças inclui uma reformulação também na instituição dos grandes times do esporte. O investimento se traduz em uma sede para equipe em Cobham, um estádio e ao financiamento
Abramovich argumenta que a equipe feminina é uma das “engrenagens” fundamentais da comunidade do Chelsea, composta também pelo time masculino, pelas categorias de base e pelo apoio a ex-jogadores.
E o Brasil?
Não é uma novidade que os clubes brasileiros vivem em constante crise econômica e o futebol feminino sofrerá assim como esportes olímpicos em clubes que tradicionalmente montam equipes.
O cenário melhorou com o maior envolvimento da CBF, federações locais e clubes tradicionais, mas ainda estamos muito distantes de honrar o talento que criamos em nosso território. É normal que jogadoras talentosas tenham que sair do país para ter melhores estruturas e remuneração.
Entretanto não se pode ser apenas negativo. O trabalho é de longo prazo e qualquer comparação com o futebol masculino é descabida. É claro que os homens terão maiores públicos e audiência, afinal os clubes entram em campo há 100 anos. Os times de futebol feminino só ganharam maior atenção e apoio na última década.
Com maior exposição, um calendário fixo e recursos a serem investidos, a roda começará a girar e o esporte ganhará tração: teremos mais público, mais patrocinadores, mais atenção e, o principal, mais meninas sabendo que o lugar delas é sim o gramado e que é possível jogar futebol feminino de qualidade no Brasil.
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