A médica Andréa Aleixo compartilhou um vídeo nesta quinta-feira (8) com relatos sobre o que viveu após o acidente que terminou na morte da filha Emanuelle, em Campo Grande. Ela diz que resolveu compartilhar a mensagem para aqueles que também estão passando por momentos de dor após perder uma pessoa querida. Andréa afirma que perdoa o motorista que atropelou a jovem. 

Emanuelle Aleixo Gorski morreu aos 21 anos no dia 10 de março, quando voltava para casa de bicicleta após um passeio com uma amiga. Andréa conta que recebeu uma ligação na hora do acidente informando que a filha estava sendo levada para a Santa Casa. 

A médica, que já havia trabalhado no na área de emergência, disse que foi imediatamente para o local. De longe, ela acompanhou os procedimentos feitos pela equipe médica e depois afirma que começou a orar. 

“Eu saí de perto, fiquei em oração lá fora como qualquer mãe faria. Eu sabia que ela tinha parado e estavam fazendo reanimação, coisa que eu era acostumada a fazer nos outros. Eu sabia, pelo relato de várias pessoas que tinham quase ido, que elas viam uma luz muito linda, envolvente, confortante. Pensei: ‘filha, você está vendo a luz, mas volta para a mamãe, a gente tem tanta coisa para viver ainda'”, diz. 

Apesar da morte recente, Andréa afirma que decidiu compartilhar o que sentiu nas para ajudar quem também passou por uma situação como essa. “O deslumbre dela pela luz e pela vontade Dele, de que ela cumpriu o que tinha que cumprir, a minha filha desencarnou. Meu pai avisou para a amiga que estava com ela: ‘a sua amiguinha não resistiu'. Eu soube que ela tinha desencarnado”, relata.

A mãe de Emanuelle disse que é preciso valorizar mais as pessoas que estão ao redor. “Eu penso: ela nunca foi minha, foi emprestada para mim. Eu não sabia quanto tempo ela estaria comigo, ela viveu livremente, eu não tenho dor e angústia”.

Depois, Andréa diz que perdoa o motorista que atropelou a filha, independente de como aconteceu o acidente. “Eu perdoo a pessoa que foi instrumento do desencarne da minha filha, não cabe a mim julgar”. 

Ciclismo seguro

A morte da jovem estudante de direito Emanuelle Aleixo Gorski, em 10 de março deste ano, em Campo Grande, comoveu a população. Com isso, o deputado estadual Renato Câmara (MDB) apresentou projeto de lei  na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) para criar o Dia Estadual de Conscientização e Proteção ao Ciclista, a ser comemorado, anualmente, todo dia 10 de março.

Segundo a justificativa apresentada na proposta legislativa, Câmara diz que a sociedade e o Estado devem unir esforços. “Para atuar em processos educativos em escolas, entidades, órgãos públicos e privados, de modo a promover parcerias com o intuito de preservar vidas”.

Acidente

O acidente com a estudante de direito aconteceu quando ela havia saído para pedalar com uma amiga. Quando aconteceu o , o motorista não teria visto a jovem não dando tempo de evitar a colisão. Após o atropelamento, Emanuelle foi socorrida, mas morreu 1 horas depois na Santa Casa.

No local não foram encontradas marcas do acidente ou mesmo destroços ou estilhaços. O motorista teria sido identificado após a amiga de Emanuelle que estava no local do acidente pegar o contato do filho dele.

Segundo o relato, ele soube do atropelamento pela amiga de Emanuelle que estava no local. A vítima foi socorrida pelo Samu, sedada e intubada e levada em estado gravíssimo para a Santa Casa. Ela não resistiu aos ferimentos e teve parada cardiorrespiratória, morrendo às 22h50.