Os golpes em celulares se tornaram comum nos últimos anos, o mais famoso deles é a clonagem de , que acaba abrindo portas para falsos links, falsos boletos e invasão de outros dispositivos. Recentemente os criminosos começaram a aplicar os ‘falsos sorteios'.

Foi o que ocorreu com o Instituto Terra de Odontologia, que teve seu WhatsApp subtraído por criminosos que enviaram falsas mensagens de sorteio para os pacientes da clínica no intuito de invadir o celular dessas pessoas e lucrarem com golpes.

De acordo com a Dra. Camila Dalforno, proprietária da clínica, o crime ocorreu na última quarta-feira (19), após sua secretária clicar em um SMS enviado ao celular do instituto. “O nosso whats às vezes cai quando conectamos no computador, aquele dia ela recebeu uma sms e quando clicou no link o whats caiu na hora”.

Dalforno explica que só tomou ciência do no período da tarde, quando alguns pacientes começaram a ligar no seu celular pessoal perguntando se a clínica estaria realizando um sorteio. “Aí eu fui perguntar para a nossa secretária e ela disse que não tinha enviado nada porque o whats tinha caído, foi quando percebi que tinham clonado o whats da clínica”.

Em um print realizado por um dos pacientes é possível ver como o crime funcionava, primeiro o criminoso envia uma mensagem dizendo que a clinica estava realizando um sorteio e para participar era necessário responder a mensagem com um ok.

Após respondida, uma segunda mensagem era enviada pedindo para que a pessoa digitasse um código enviado por SMS, momento em que a vítima teria seu WhatsApp subtraído.

Conforme o delegado titular da Devir (Delegacia Virtual), Juliano Toledo, esse é um crime de subtração de WhatsApp, quando o criminoso invade a sua conta e se passa por você, diferente da clonagem, que é quando o criminoso usa sua foto e seu nome, mas com outro número.

De acordo com o delegado, esse tipo de crime é chamado de phishing (pesca em inglês), onde o criminoso, assim como em uma pescaria, trata o link como um anzol e a vítima como um peixe, enviando o link e esperando a vítima clicar e morder a isca.

Nesses casos a pessoa consegue invadir o WhatsApp da vítima e ter acesso aos seus contatos, além de enviar mensagens fazendo pedidos financeiros, enviando boletos falsos ou mensagens de falsos sorteios para que a vítima clique no link sugerido ou passe as informações desejadas.

O que fazer ao cair no golpe

Toledo explica que a primeira ação a se fazer é tentar recuperar a conta, para isso a pessoa deve desinstalar o aplicativo e instalar novamente. “Ela vai desinstalar o aplicativo e instalar novamente, nesse momento vai colocar seu número e um SMS será enviado, então ela utiliza esse código, assim o controle do aplicativo volta para a vítima e o criminoso perde o acesso”.

Em alguns casos, ao invadir um aparelho o criminoso aciona a proteção em duas etapas, então a vítima não conseguirá recuperar apenas desinstalando e instalando o aplicativo. “Neste caso o ideal é realizar o processo e no momento do inserir o código de verificação ficar digitando números aleatórios de forma proposital para que a consta seja bloqueada”.

De acordo com o delegado, a vítima não conseguirá ter o controle da conta novamente, mas irá bloquear o acesso do criminoso. “Em qualquer um dos casos é necessário fazer um boletim de ocorrência, caso as duas opções não funcionem a vítima deve enviar um e-mail ao WhatsApp anexando o B.O e informando sobre o golpe, para que a empresa bloqueie o número utilizado pelo criminoso”, comentou o delegado.

Dalforno, proprietária do Instituto Terra de Odontologia, comenta que no momento do nervosismo não chegou a registrar o boletim de ocorrência, mas ligou para um técnico contratado pela empresa e enviou um e-mail para a empresa.

“Eles respondem o e-mail, mas não funcionou. No momento em que o técnico se deslocava para ir até a clinica eu tentei a reconexão, mas não deu certo e o aplicativo deu um período de doze horas para tentar novamente, o técnico levou o celular para casa e depois das doze horas ele tentou mais uma vez e conseguiu recuperar a conta”, explicou. “Por sorte nenhum paciente teve prejuízo financeiro”, desabafou Camila.