Placas se multiplicam nos canteiros de Campo Grande e já tem gente querendo multar
Propaganda é a alma o negócio, mas muitos comerciantes de Campo Grande têm abusado na hora de comunicar ofertas e promoções. No cruzamento da Avenida Duque de Caxias com Rua Nilo Javari Barém, por exemplo, a reclamação é constante. Condutores que trafegam pelo local passam por dificuldade para enxergar o outro lado da via, devido […]
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Propaganda é a alma o negócio, mas muitos comerciantes de Campo Grande têm abusado na hora de comunicar ofertas e promoções. No cruzamento da Avenida Duque de Caxias com Rua Nilo Javari Barém, por exemplo, a reclamação é constante. Condutores que trafegam pelo local passam por dificuldade para enxergar o outro lado da via, devido a poluição visual causada pelas propagandas no canteiro central, em diversos cruzamentos da avenida.
Conforme o administrador de uma casa de ração, que utiliza o espaço, Jefferson Corrêa de 47 anos, equipes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) foram no local na terça-feira (23) e retiraram placas de propagada dele, e de outras empresas.
Ainda segundo ele, duas foram retiradas e quatro foram autorizadas a ficar no local pois não atrapalhavam o trânsito. “Eu não liguei, concordei e mudei. Mas tinha de outras empresas também”, disse ele.
O administrador disse ter achado curioso o fato de só agora reclamarem das placas, sabendo que outros empreendimentos utilizam o canteiro central há mais de 1 ano. “Achei incrível, já tinha placas, mas como abri há 7 dias reclamaram”, explicou
Para a atendente e moradora do Serradinho, Sara da Costa, de 48 anos, a falta de visibilidade está causando transtorno a população local e quase gerou um acidente. “Eu estava parada [de moto] na rotatória para olhar quem vinha do sentido centro. Eu parei porque não tinha visão [por causa das placas] e um caminhão vinha atrás, ele abriu para a esquerda e me fechou, por pouco não acertou”, disse ela.
Sara já ligou para Agetran, mas disse que até agora não obteve retorno e teme por algo pior. “Vão esperar acontecer alguma cosia grave para falar que não pôde fazer aquilo, que tem que tirar essas placas”, desabafou a moradora.
Situação recorrente
Em outro extremo da cidade, na avenida dos Cafezais, o problema se repete com frequência no decorrer de toda via, obstruindo todo o canteiro. “Acaba com a beleza da avenida, cheia de placa na cidade. É ilegal, se todo comerciante por placa não vai sobrar corredor para ninguém andar mais. Achar que é o dono do canteiro”, explicou Belchior Batista, de 66 anos.
Com mais de 15 anos administrando uma conveniência na região, o proprietário observou o problema de perto e retirou a sua divulgação. “Eu colocava na calçada, mas tirei porque atrapalhava os pedestres, tinham que estar desviando. Imagina se todo mundo colocar na 14 de julho? Vai virar bagunça”, disse Belchior.
Na avenida Guaicurus, o transtorno causado pelas placas também é sentido por uma moradora da região, que vivenciou a situação sob duas óticas diferentes. “Para quem anda de ônibus é bom, mas quem está dirigindo tem que prestar atenção, porque essas placas tiram muito a atenção”, explicou a doméstica Luana Muniz, de 28 anos.
Com tanta obstrução visual, Luana explica que já caiu duas vezes, enquanto andava de moto pela avenida. “Eu caí duas vezes, estava olhando para as placas e fiquei sem atenção”, detalhou ela.
A reportagem do Jornal Midiamax também identificou a mesma situação na rua da Divisão, no bairro Parati.
Proibido
Apesar de alguns comerciantes afirmarem que fiscalização da Agetran teria autorizado permanência de algumas placas nos canteiros, uso de área pública para propaganda privada é totalmente proibida em Campo Grande. Legislação municipal veta que cavaletes, placas e até faixas sejam instaladas em áreas públicas sem devida autorização.
A única exceção para utilização de canteiros, rotatórias ou praças se dá para empresas que aderem ao Propam (Programa de Parceria Municipal). O programa consiste em ceder espaço, geralmente em canteiros centrais e rotatórias, para instalação de propaganda de empresas. Em troca, os empresários – que precisam seguir parâmetros para instalação das placas – cuidam das áreas mantendo a jardinagem ou implantando paisagismo.
Para ter pedido aprovado e fazer parte do Propam, o empresário precisa submeter documentos e justificativas que baseiem o pedido para uso dos locais à prefeitura. Confira mais detalhes neste link.
A reportagem enviou pedido de posicionamento para Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) a respeito de detalhes sobre essas fiscalizações, mas até a publicação desta matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos. *Colaborou Aliny Mary Dias
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