Que a afetou muitas empresas de a gente já sabe, mas alguns conseguiram dar a volta por cima da situação. Este é o caso da costureira e empreendedora Elô Santos, dona de uma loja de vestidos infantis, que hoje vende os produtos para todo o Brasil.

Com a chegada do coronavírus a loja de varejo foi fechada, foi assim que começou a nova saga de Elô e toda a família. “Fechamos quando houve o decreto do . A gente trabalha com roupas temáticas, próprias para festas, e com a pandemia os eventos acabaram”.

Entre idas e vindas, o comércio foi reaberto na Capital. Porém, Elô ficou com a loja completamente fechada por mais dois meses. Outro fator que influenciou a decisão de manter as portas fechadas foi a segurança da família, já que Elô faz parte do para o coronavírus, por ser portadora de uma doença crônica.

Com a maior fonte de renda da família parada, a costureira começou a pensar em alternativas para voltar ao mercado. Ela lembra que no começo da pandemia ainda existiam muitas dúvidas de como deveriam ser as máscaras de proteção facial. E por isso, ficou com receio de investir na produção de máscaras de tecido. Além disto, Elô ficou com receio de tirar a clientela da vizinha de ponto, que começou a vender máscaras antes. 

Começo no setor de atacado

Com retalhos e máquina de costura, Elô deu volta por cima após negócio afundar na pandemia
Marido e filho de Elô ajudando na produção das máscaras.
Foto: Enviada pelo leitor | Midiamax.

“Foi ficando feia a coisa, tinha o aluguel da loja atrasado e então decidi fazer máscaras. Tinha um monte de retalhos aqui e fiz só cinco máscaras de início. Coloquei no Facebook por R$ 2,50 cada máscara”. Com o anúncio e o preço abaixo dos concorrentes, Elô se destacou na internet.

“Quando eu anunciei, nossa, meu celular travou de tanta gente que queria máscaras. Chamei meu filho e ele começou a atender o celular e anotar os pedidos”, lembra com alegria. Então, a família composta por Elô, o esposo dela, Osmar e o filho do casal, Natã, começaram a fazer máscaras dos retalhos que haviam sobrado dos vestidinhos. “Era meu filho cortando os elásticos, meu marido cortando o tecido e eu costurando”, explica.

Animada apenas ao lembrar da história da loja, a costureira disse que foi assim que começaram a aparecer pedidos grandes, de até 250 máscaras de uma vez. “A gente vendeu para o Sebrae MS, para o interior e até pessoas que revendiam máscaras. Chegamos a fazer 450 máscaras por dia. A gente levantava 4h e ficava até 21h”, destaca a rotina.

Entretanto, Elô viu que poderia voltar a produzir vestidos infantis e retornar para seu nicho de outra forma. “Começamos a pensar que se conseguíamos fazer máscaras em grande quantidade, conseguiríamos fazer vestidinhos em grande quantidade também”.

Assim, eles pegaram o dinheiro que da venda das máscaras e investiram na produção de vestidos por atacado. “A gente comprou os tecidos para fazer os vestidinhos, ficamos mais um mês com a loja fechada, começamos a fazer e anunciar pelo Facebook”.

Com a reformulação do negócio, a costureira e empreendedora conseguiu contratar mais três costureiras e uma vendedora para ajudarem no comércio. As vendas foram expandidas para todo o Brasil, os vestidos podem ser encomendados a partir de cinco unidades e já chegaram a vender até 50 itens em apenas um pedido. “Vendemos mais para fora do Estado, aqui até tentamos oferecer em algumas lojas mas não teve saída”, explica. Os estados que mais encomendam os produtos são Minas Gerais, São Paulo, Goiás.

Crescimento com o tempo

Com retalhos e máquina de costura, Elô deu volta por cima após negócio afundar na pandemia
A loja está no mesmo ponto desde 2018. Foto: Enviada pelo leitor | Midiamax.

A história de Elô vem desde muito antes da pandemia. A loja foi aberta em 2016, no Aero Rancho e depois, em 2018 decidiram mudar a loja para o centro. “Nem carro a gente tinha, na época”. Quando começaram, não possuíam nem mesmo estoque de matéria prima.

Com as dificuldades da pandemia, o negócio precisou ser repaginado. “Muitos comerciantes fecharam na crise, mas nós não e estamos lutando. A gente ainda não sobrevive apenas da loja, meu marido ainda trabalha de eletricista, mas estamos de pé”, comemora.

Sobre a mudança, Elô explica que a maior diferença é o giro dos produtos. “No varejo a gente faz e fica aqui, tem peça que está há quase dois anos. No atacado a gente faz, anuncia e já saem.

A loja fica localizada na Rua Maracaju, número 492, no Centro de Campo Grande. Local que já está aberto e voltou a funcionar de portas abertas.

Temos mais giro, conseguimos girar mais. “No varejo a gente faz e fica aqui, tem peça que está há quase dois anos. No atacado a gente faz, anuncia e já saem”.