Preços triplicam nos aplicativos em Campo Grande com paralisação de motoristas
Os motoristas de aplicativos decidiram fazer uma paralisação nesta quarta-feira. Com menos motoristas nas ruas, o preço dispara.
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Os motoristas de aplicativo decidiram fazer uma paralisação nesta quarta-feira (17) como protesto contra o preço da gasolina em Mato Grosso do Sul. Porém, a mobilização já tem causado impacto para os usuários de aplicativos nesta manhã em Campo Grande. Com menos motoristas nas ruas, o preço dispara e alguns passageiros têm até que apelar para outras opções, como carona ou ônibus.
Um morador do bairro Santo Amaro, que geralmente utiliza o transporte por aplicativos para chegar ao trabalho no centro, costuma pagar R$ 11 no trajeto. Porém, logo no início da manhã, o valor já estava maior do que o normal e conforme o tempo foi passando, os preços aumentaram cada vez mais.
O preço mais baixo foi identificado logo no início da manhã, às 6h19 no valor de R$ 16,92 – quase R$ 6 a mais do que o preço de costume. Às 6h25 o preço do trajeto já aumentou para R$ 25,95. Às 6h55, o preço para ir do Santo Amaro ao Centro sofreu uma leve queda e foi para R$ 21,74.
O motivo da paralisação dos motoristas é o alto preço da gasolina no Estado. Cerca de 500 motoristas devem cruzar os braços por 24 horas em Campo Grande. Além disso, a categoria ainda deve realizar uma carreata ás 8 horas desta quarta-feira (17), com mobilização na governadoria.
O presidente a Applic-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro, diz que o objetivo é pressionar a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços).
“A ideia é reunir o máximo possível, em torno de 500 veículos. Esperamos que seja um protesto como sempre fizemos, com ordem e respeitando o direito de ir e vir da população”, pontuou o presidente da associação.
Arrecadação de ICMS no Estado
Uma das alternativas para continuar trabalhando, segundo o presidente da Applic-MS, é a adesão do etanol nas bombas. Porém, se o Governo do Estado cooperasse com os trabalhadores, os impostos sob a gasolina aliviaria o bolso dos motoristas. “As refinarias não ajudam e o Estado muito menos. O nosso estado cobra uma das taxas [ICMS] mais caras do Brasil na gasolina”, disse Paulo.
Em reportagem publicada no dia 22 de fevereiro pelo Midiamax mostrou que, somente em janeiro, o governo de Mato Grosso do Sul arrecadou R$ 266,8 milhões em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a venda de gasolina e outros combustíveis nos postos. O valor supera o levantado por São Paulo, Minas Gerais e outros 13 estados no mesmo período.
Questionado, o governador Reinaldo Azambuja disse que, se retirar recursos da arrecadação, ‘o Estado quebra’. O governador mencionou que Mato Grosso do Sul baixou a alíquota do diesel de 17% pra 12%, bem como a do álcool. “Expliquei o por que. Mato Grosso do Sul é produtor de álcool, não de petróleo, e aumentamos o da gasolina. Hoje é vantajoso abastecer com álcool”, disse o chefe do Executivo estadual.
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