Com 58 crianças e quatro cuidadoras, creche é fechada por falta de estrutura no Nova Lima

Apesar de irregular, local era visto como uma alternativa para mães que trabalham o dia todo e não têm com quem deixar as crianças

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A creche funciona em uma casa do bairro e está vazia. Uma placa de interdição foi fixada na porta.
A creche funciona em uma casa do bairro e está vazia. Uma placa de interdição foi fixada na porta.

Uma creche irregular foi fechada nesta semana no bairro Vida Nova na região do Nova Lima, em Campo Grande. O local foi interditado após irregularidades, como falta de autorização para funcionar, problemas na estrutura e apenas quatro cuidadoras para tomar conta de 58 crianças. Mesmo irregular, o local é querido pelas mães, que viam a creche como um bom lugar para deixar os filhos enquanto saíam para trabalhar. 

A creche funciona em uma casa do bairro e está vazia. No local, é possível ver apenas uma placa com a interdição, feita pela Vigilância Sanitária. A creche foi interditada depois de uma denúncia do Conselho Tutelar, que informou sobre o funcionamento irregular. 

Segundo informações da equipe que esteve na fiscalização, foi feita uma visita que identificou 58 crianças de diferentes idades, de 6 meses a 10 anos, misturadas e sendo cuidadas por apenas quatro monitoras. Os relatos são de que a creche não cumpria nem as normas de biossegurança: todos estavam sem máscaras. Além disso, não havia estrutura para oferecer as atividades às crianças, como mesas e cadeiras. 

“A creche não possuía nenhuma documentação autorizando o funcionamento e também não atendia às normativas da Vigilância Sanitária”, informou a Prefeitura de Campo Grande. 

Diante das irregularidades, a equipe da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) entrou em contato com os pais para que pudessem buscar seus filhos. No dia seguinte, a creche foi interditada. 

Para que o estabelecimento possa abrir novamente, será preciso se adequar às normas. “Para retornar às atividades, os responsáveis pelo estabelecimento deverão pedir a desinterdição do local com o objetivo de corrigir as irregularidades dentro de um prazo estipulado, de toda forma, as atividades não poderão retornar até que sejam sanados os problemas elencados”, reforçou. 

Creche era alternativa para mães que trabalham o dia todo

Apesar dos problemas na estrutura, muitas mães do bairro viam a creche como uma saída para o desamparo. Com uma jornada extensa de trabalho e sem ter onde deixar os filhos, elas acabaram matriculando as crianças na instituição. 

Foi o caso da camareira Izabelly Santos, de 20 anos. Ela tem dois filhos: uma menina de cinco anos e um menino de três, que ficavam na creche das 6 horas às 18 horas, com café, almoço e lanche da tarde garantidos. A mãe relata que não tem reclamações a fazer sobre a instituição. 

“Eles ficavam na creche, mas eu fiquei desempregada e tive que tirar. Agora consegui um emprego e queria colocá-los de volta, quando tive a notícia de que foi fechada. Não tenho o que reclamar, era um lugar muito bom, eles aprendiam muito, tinha recreação”, conta.

Izabelly relata que os filhos eram bem atendidos e tinham aulas até de Libras (Língua Brasileira de Sinais), além de festinhas em datas comemorativas. “Eu consegui matrícula na escola [municipal], mas não é o dia todo né. Se a creche voltar, vou colocar lá. Esse fechamento quebrou as nossas pernas”, lamenta.

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