Com 540 casos de câncer em MS, especialistas alertam para excesso de alimentos ultraprocessados

Em MS, a prevalência é de 19,5 casos para cada 100 mil homens e 14,1 casos para cada 100 mil mulheres

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Alimentos podem ser atrativos
Alimentos podem ser atrativos

Mato Grosso do Sul registrou 540 casos de câncer colorretal (desenvolvido no intestino grosso e reto) até o mês de setembro de 2021. Esse tipo de câncer é considerado o segundo tumor maligno, com mais de 41 mil casos previstos para este ano no país. Especialistas avaliam que o desenvolvimento deste câncer está fortemente associado aos costumes alimentares.

No Brasil, a doença é mais prevalente nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Entre os homens, São Paulo registra 33,1 casos para cada 100 mil, seguido por Santa Catarina (32,4) e Rio de Janeiro (25,3). Entre as mulheres, Santa Catarina lidera com 25,1 casos para cada 100 mil, seguido por São Paulo (20,9%) e Rio de Janeiro (18,7). Em MS, a prevalência é de 19,5 casos para cada 100 mil homens e 14,1 casos para cada 100 mil mulheres. 

Por região, a maior prevalência se dá na região Sudeste, onde o câncer colorretal representa 11,3% de todos os cânceres em homens e 10% de todos os casos em mulheres. Comparativamente, na região Norte, a doença representa 5,3% dos casos em câncer em homens e 6,3% dos cânceres diagnosticados nas mulheres.

“O câncer colorretal é multifatorial, mas as evidências científicas apontam que a dieta baseada em produtos industrializados aumenta exponencialmente os riscos de desenvolvimento da doença”, destaca o cirurgião oncológico e presidente da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica), Alexandre Ferreira Oliveira.

Em âmbito mundial, o câncer colorretal representa 9,1% de todos os cânceres em homens e 9,2% de todos os casos de câncer que acometem as mulheres. Os dados são do levantamento Globocan 2020 do IARC, braço de pesquisa sobre o câncer da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Ainda segundo o IARC/OMS, se medidas de prevenção de câncer mais eficazes não forem adotadas nas próximas duas décadas, a doença, que atualmente registra uma incidência anual de 1,9 milhão de novos casos, saltará para 3,1 milhões de novos casos em 2040, um aumento de 63% no período.

Qualidade de vida e alimentação saudável

É muito comum encontrar estoques sem fim de alimentos ultraprocessados em supermercados e diversos estabelecimentos, além de longas filas em shoppings para garantir aquele fast-food. Porém, o excesso desses alimentos traz um risco enorme para a saúde.

Além do câncer colorretal, o consumo desses alimentos pode promover problemas neurológicos, cardíacos, obesidade e desnutrição. Conforme a nutricionista Pâmela Leal de Figueiredo, muitos pacientes conhecem os riscos do excesso desses alimentos, mas muitas vezes preferem por consumi-los pela otimização do tempo e a praticidade.

“A maior justificativa é a falta de tempo para preparar as refeições. A ‘praticidade’ desses alimentos. Muitos sabem dos riscos, mas preferem continuar com o consumo pela falta de tempo e outros adéquam algumas mudanças”, disse a profissional, que atende em Campo Grande e em Ponta Porã.

 
 
 
 
 
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A nutricionista comenta que, às vezes, é preciso “um choque de realidade” nos pacientes que buscam por uma vida mais saudável. “Sem tempo para promover a saúde esse paciente vai ter tempo para cuidar das doenças? O ideal é a pessoa pensar em como ela quer ser quando ficar idosa. Quer andar sozinha ou dependendo de alguém? Nutrição é para a vida toda e qualidade de vida em primeiro lugar”, comenta Pâmela.

Ela orienta que os primeiros passos de quem busca uma vida saudável é planejar a alimentação, com lista de compras e preparações. Frutas desidratadas, castanhas e receitas de preparações com poucos ingredientes.

“O ideal é que aumente a quantidade de frutas, verduras, legumes e água. Atividade física, sono adequado e verificar o funcionamento do intestino diariamente. Para diminuir a absorção dos elementos nocivos contidos nesses alimentos”, pontuou a nutricionista.

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