já estavam muito intensos neste fim de semana

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Labaredas saltaram de uma margem à outra no rio Paraguai. (Foto: )

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta da meia-noite, quando famílias pediram por resgate. O fogo já estava muito próximo das casas e ameaçava não somente a moradia, mas a própria vida dos ribeirinhos. Havia crianças e idosos no local, que já inalavam a fumaça há bastante tempo. 

O relato dos Bombeiros que estiveram presentes na ação foi comovente e ilustra bem o drama vivido pelos ribeirinhos na região. Algumas famílias não têm embarcação, o que torna a situação ainda pior, já que elas não teriam como fugir do fogo. 

Após o chamado, os militares percorreram cerca de 27 quilômetros no rio para chegar até os ribeirinhos. No rio, havia muita fumaça e a falta de visibilidade prejudicou o deslocamento, tanto que os Bombeiros levaram cerca de uma hora para chegar ao local. O sargento Carlos Alberto relata que antes mesmo de chegar até a casa da família que os havia chamado, ribeirinhos começaram a acenar. 

“Uma senhora começou a acenar em um barranco, com uma lanterna. Uma árvore caiu e destruiu a casa dela, havia fogo do lado de fora. A casa inteira estava tomada por fuligem, ela molhou os colchões, estavam ela, a mãe e o filho debaixo de um colchão molhado”, relata. 

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Militares resgataram idosa e neto em casa atingida por árvore. (Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros)

O sargento explica que a situação no local era crítica, tanto que a criança de três anos até estava nua, pois as roupas dela também haviam sido molhadas. Em seguida, os militares partiram para resgatar a outra família. No local, havia uma mulher com duas crianças, sendo que o marido preferiu ficar para cuidar do local. Caso o pior acontecesse, ele teria um barco para fugir. 

Depois, os militares ainda foram em busca de um idoso que morava sozinho e não tinha embarcação para sair. Contudo, ele optou por ficar no local. “Ele estava lá, mas fez toda uma medida de segurança para proteger a casa. Tinha muito calor e fuligem. Quando chegamos, ele tinha acabado de sair do rio. Ele contou que se abrigou no rio, esperando o calor do fogo passar, mas a casa estava preservada”, contou o sargento. 

O soldado Dias Gomes explicou que as crianças haviam inalado muita fumaça, mas estavam bem. Durante o resgate, o vento foi diminuindo, o que possibilitou um retorno mais seguro para as famílias. Além disso, ele conta que as famílias também não aceitaram deixar os animais para trás. “Não queríamos deixar animais, trouxemos quatro cachorros e um gato”.

Como será feito o combate

Com a ventania, a região da baía do Tuiuiú foi bastante afetada e os focos de incêndio se multiplicaram. Por isso, os Bombeiros serão empenhados para atuar na região, conforme explica o tenente-coronel Meirelles. 

“Vamos deslocar várias guarnições para a região. O vento à noite espalhou bastante o fogo, vamos montar uma estratégia de combate, mas adianto que há muitos focos, precisamos nos concentrar nessas regiões”. 

Sobre a região do Paraguai-mirim, onde os Bombeiros atuavam no domingo (26), a situação está melhor. “Está bem mais controlado, vamos atrair duas equipes que estavam lá para [atuar na] baía do Tuiuiú”.