Após denúncia de maus tratos a cães, gari é preso por desacato na Vila Ferroviária

Nesta terça-feira (26), um gari foi preso por mais tratos aos animais e desacato de autoridades na Vila Ferroviária, em Campo Grande. O Jornal Midiamax já havia noticiado a denúncia dos cães que eram mantidos em situação precária na residência. O local fica em uma rua atrás dos trilhos ferroviários, na lateral da JBS. Além […]

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Nesta terça-feira (26), um gari foi preso por mais tratos aos animais e desacato de autoridades na Vila Ferroviária, em Campo Grande. O Jornal Midiamax já havia noticiado a denúncia dos cães que eram mantidos em situação precária na residência.

O local fica em uma rua atrás dos trilhos ferroviários, na lateral da JBS. Além de estarem presos a uma caixa, os cães estão abaixo do peso e com feridas. As correntes que prendem os animais estão ligadas a móveis velhos e enferrujados, com poucos centímetros, o que impede o livre movimento dos cachorros.

Após a denúncia exposta pelo Jornal Midiamax, equipes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) e Guarda Metropolitana Municipal foram até o local. Durante a visita, foi comprovada a situação de maus tratos a oito cachorros e outros quatro gatos foram encontrados.

De acordo com a veterinária voluntária, Fernanda Melo, “ainda será preciso fazer exames, mas visivelmente dois tem leishmaniose”. Os animais foram encontrados com fungos na pele e dois deles viviam dentro de um balde.

Maus tratos aos animais

Após denúncia de maus tratos a cães, gari é preso por desacato na Vila Ferroviária
Animais eram mantidos presos e alimentados com resto de comida.
Foto: Leonardo de França | Midiamax.

Além disto, ficaram expostos às condições climáticas e aos próprios dejetos. Os animais não possuíam alimentação adequada, eram mantidos com restos de comida ao invés de ração.

Assim, a situação de precariedade se estende até os moradores da residência. Em uma casa sem condições de moradia, que antes estava abandonada, moram uma mulher, o esposo e a filha do casal, de oito anos. Segundo a mulher, que não será identificada, a mudança para o endereço aconteceu após a morte da mãe dela.

“Inicialmente adotamos um cachorro de um senhor aqui perto, depois adotamos outro que apareceu por aqui e essa teve cria”, explicou. Outro cachorro foi adotado de um vizinho que iria se mudar e assim juntaram um total de 12 animais, entre gatos e cães.

Sobre a alimentação, a dona dos animais afirma que eles não gostam de ração. Segundo ela, os cães eram mantidos presos para proteção das pessoas que circulam na região. “Eles são muito bravos e atacam quem passa na rua”, disse.

Ela comentou que há tempos a família recebeu uma equipe da CCZ, que vacinou os cachorros e informou que estavam bem. “Nós não conhecemos a lei, ninguém nos fala que eles estavam doentes. A obrigação do CCZ é avisar, a lei está mais para o cachorro do que para nós”, afirmou.

Situação precária para os dois lados

Assim, com a denúncia dos maus tratos aos animais, foi constatada a situação de precariedade em que a família vive. O homem que desacatou as autoridades é funcionário da Solurb e o salário dele é a única renda da casa.

Ele será encaminhado para a Decat devido ao flagrante, mas deve ser mantido preso na carceragem da Cepol. O homem poderá receber de dois a cinco anos de prisão. Além disto, a mulher e criança receberão apoio da assistência social.

A equipe de autoridades afirmou que a família poderá ser incluída em algum programa social, como Bolsa Família, para suprir o desamparo social. Já os animais, de acordo com a investigadora da Decat, Maria Doralina da Silva, passaram a integrar o programa Decat em Ação.

“Eles não vão para o CCZ, pois não há como dar suporte. Vão para voluntários cadastrados pela Decat em Ação”. Assim, após serem examinados e tratados por profissionais capacitados, os animais irão para lares voluntários até encontrarem novos donos.

No programa, a adoção é realizada por uma série de etapas, para garantir a segurança do animal. Será checado se a pessoa interessada em algum deles tem antecedentes criminais, verificada a renda e será feito um monitoramento quinzenal ou mensal após o pet ir para o lar adotivo.

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