O translado da primeira vítima fatal do coronovírus em Mato Grosso do Sul, uma moradora de Batayporã, que estava em tratamento no Hospital das de , foi realizado sob as normas de segurança prevista pelo Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus.

O caixão com o corpo de Eleuzi Nascimento foi totalmente lacrado e levado direto para o de Batyporã. Os profissionais responsáveis pelo transporte do corpo de Eleuzi Nascimento, de 64 anos,  usavam roupas especiais e seguiram as orientações previamente estabelecidas.

Parte dos procedimentos testados nesta terça-feira (31) surgiram a partir de questionamento feito por uma empresa  a respeito da condução dos velórios e sepultamentos e foram  elaborados na semana passada.

As orientações do Comitê de Dourados foram fundamentadas em Nota Técnica da (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ressaltam que “quando para o transporte do cadáver, é utilizado veículo de transporte, este também deve ser submetido à limpeza e desinfecção, segundo os procedimentos de rotina”.

Além disso, o documento orienta que “todos os profissionais que atuam no transporte, guarda do corpo e colocação do corpo no caixão também devem adotar as medidas de precaução, que devem ser mantidas até o fechamento do caixão”.

Translado de primeira paciente morta por coronavírus em MS seguiu 'manual de velórios'
Agentes funerários usaram roupas especiais. (Foto:Marcos Morandi)

Nas orientações direcionadas às funerárias, o documento faz referências diretas aos cuidados que devem ser observados pelos funcionário durante a remoção do corpo. “É importante que os envolvidos no manuseio do corpo, equipe da funerária e os responsáveis pelo funeral sejam informados sobre o risco biológico classe de risco 3, para que medidas apropriadas possam ser tomadas para se proteger contra a infecção”.

Entre as orientações constam observações que sobre o manuseio do corpo, “que deve ser o menor possível”. Além disso, o corpo não deve ser embalsamado, mas preferencialmente pode ser cremado, embora esse procedimento não seja obrigatório. “Deve-se realizar a limpeza externa do caixão com álcool líquido a 70% antes de levá-lo ao velório”, diz o documento.

As normas também destacam que, atendendo à atual situação epidemiológica, “os funerais deverão decorrer com o menor número possível de pessoas, preferencialmente apenas os familiares mais próximos, para diminuir a probabilidade de contágio e como medida para controlar os casos de Covid-19”.

Segundo o Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus, “a duração os velórios fúnebres não deve exceder duas horas e deve limitar-se à presença de no máximo dez pessoas concomitantemente no recinto, como estabelecido no Artigo 5° do Decreto nº 2.480 de 23 de março de 2020.

Além das recomendações relacionadas ao tempo e número de pessoas, o documento estabelece que o velório cuja declaração de óbito conste como suspeição ou causa Covid-19 deve ser realizado com urna fechada e o sepultamento deve seguir as regras de distanciamento mínimo de 1,5 metro entre cada pessoa presente ao momento de execução.

“Considerando a dinamicidade do cenário da saúde em âmbito nacional e das orientações repassadas pelo Ministério da Saúde, informamos que tais orientações podem ser alteradas e, caso isso ocorra, tornaremos públicas as novas orientações”, informam Emerson Correa e Daniel Abrahão, respectivamente, diretor do Departamento de Vigilância Sanitária e presidente do Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus.