Terceira maior cidade do Estado em população –são cerca de 120 mil habitantes, conforme estimativas do IBGE–, Três Lagoas é a primeira no número de mortes pelo coronavírus (Covid-19), com três óbitos, e a segunda em volume absoluto de casos (39, conforme o balanço mais recente da Saúde Estadual). Tais fatos levam o município a dar “muita preocupação” à Secretaria de Estado de Saúde, conforme relatou na manhã deste domingo (26) o titular da pasta, Geraldo Resende.

A situação na cidade chegou a ser comparada como um “pequeno surto” pela adjunta da SES, Christinne Maymone, durante a live que apontou 234 casos da doença no Estado até as 10h deste domingo. Contudo, é atribuída a fatores como o surgimento de pacientes em um ponto específico –uma casa de permanência de idosos– e pela especificidade da Saúde local, onde muitos profissionais de saúde, que perfazem boa parte dos pacientes de Covid-19, atuam também em São Paulo, Estado que é um dos epicentros nacionais da pandemia.

Segundo Geraldo, já foram feitos treinamentos online com a equipe de Saúde Municipal a fim de melhor preparar os profissionais de saúde. Contudo, apontou detalhes das infecções. “Os três óbitos sã de pessoas idosas em uma instituição de longa permanência, antes conhecidas como asilos, onde todos são pessoas muito vulneráveis. Logo, a contaminação ali leva a graus de letalidade e óbitos muito grande”.

Outra situação na cidade é a da alta infecção de profissionais de Saúde, muitos dos quais trabalham além da divisa com São Paulo. “Há um grande número de cidades naquela região e os profissionais de Saúde –médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e vários outros– trabalham não só em Três Lagoas”, pontuou.

Mais testagem

Geraldo afirma que a Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas adquiriu testes rápidos e a cidade passou a contar com um drive-trhu para também identificar pacientes com mais rapidez, de forma a focar, sobretudo, na população acima de 60 anos e que tenha comorbidades que agravam os riscos de morte com o contágio do coronavírus. Ao mesmo tempo, espera-se um aumento no volume de leitos clínicos à disposição na cidade (há 11 UTIs disponíveis).

Christinne Maymone, por sua vez, salientou que houve um “pequeno surto” em uma instituição de idosos que levaram as Secretarias de Saúde a discutirem as medidas a serem tomadas, desde a vedação a visitas, desinfecção e descontaminação, bem como exigência para que normas como distância mínima de 2 metros entre os leitos e o uso de máscaras sejam atendidas.

Contudo, ela lembrou também que o aumento nas testagens levará à identificação de mais casos. E, com a identificação de casos positivos, há maior rigor na quarentena de 14 dias para evitar que o vírus circule. “O importante é que com cada teste positivo consiga isolar o profissional de saúde ou o usuário doente em casa. Com isso, deixo de contaminar 5 pessoas. O número de casos notificados significa que a Vigilância está presente”.