Após o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmar em live que a macrorregião de Campo Grande está com 101% dos leitos ocupados, a Prefeitura Municipal contestou os dados e disse que, na Capital, a taxa de ocupação é de 84%.

Mais cedo, o titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde) disse que em existem 234 leitos de UTI atendidos e ofertados pelo Governo do Estado aos moradores das 33 cidades que compõe a macrorregião. Por outro lado, conforme o Município, a Capital tem 291 leitos e 245 estão ocupados. Ou seja, 46 ainda seguem desocupados.

“A Prefeitura de Campo Grande informa que a taxa de ocupação de leitos na cidade é de 84%, segundo último boletim, divulgado nesta manhã. São 245 leitos de UTI ocupados, de um total de 291 existentes. Ressaltamos que o número divulgado pelo Governo do Estado contabiliza leitos da macrorregião, atendida pelo Governo do Estado”, disse a prefeitura em nota.

A Prefeitura também explicou que nos últimos meses durante a pandemia o número de leitos adquiridos saltou 140%.

“A macrorregião engloba outros 33 municípios que, em sua maioria, não dispõem de estrutura hospitalar condizente o que, por sua vez, contribui para elevar o parâmetro final de ocupação. Nos últimos quatro meses o houve um aumento de mais de 140% na quantidade de leitos de UTI contratualizados em hospitais públicos, privados e filantrópicos, saindo de 116 para 226. Nesta próxima semana outros 20 leitos de UTI serão ativados, sendo 10 no Hospital Adventista do Pênfigo, e 10 no Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS). Recentemente o município recebeu 40 ventiladores pulmonares do Ministério da Saúde, 10 já estão em utilização e 30 deverão ser utilizados para a abertura de novos leitos”, pontou.

Geraldo Resende informou que nesta semana haverá a ativação de mais leitos de UTI ‘oficiais' para a macrorregião. “Campo Grande já ultrapassou os 100% de ocupação dos leitos, pois estamos utilizando os leitos que ainda não foram habilitados e vamos atrás da habilitação no Ministério da Saúde”, disse, explicando que para ter mais UTIs, as cidades precisam de capacitação profissional.

Atualmente Campo Grande registra mais de 12 mil casos confirmados de e 184 mortes. MS tem mais de 31 mil casos confirmados de Covid-19 e 509 mortes registradas.

Leitos superlotados

Campo Grande recebe pacientes de outros municípios para atendimento em agravamento do coronavírus. Entretanto, para o prefeito Marquinhos Trad (PSD), os pacientes de Aquidauana estariam contribuindo para a superlotação do sistema de Saúde da Capital. Aquidauana, que fica a 140 quilômetros de Campo Grande, estaria com problemas no abastecimento de oxigênio dos leitos de CTI (Centro de Terapia Intensiva).

Em Aquidauana, o aumento de casos na área rural, principalmente nas aldeias, tem causado colapso na rede local de saúde da cidade. A situação se agravou na região após evento que reuniu políticos para lançamento de obra, no início de julho. O caso está, inclusive, sendo apurado pelo MPF (Ministério Público Federal).

As afirmações foram feitas nesta quarta-feira (05), ao Jornal Midiamax. De acordo com dados da Prefeitura de Campo Grande, dos 75% dos pacientes internados da macrorregião da Capital é da microrregião de Aquidauana. Ou seja, dos 29 internados, 22 são da microrregião do município do interior.

“Todos esses pacientes deveriam ficar em Aquidauana”, afirmou Marquinhos. De acordo com o plano municipal de Saúde de Aquidauana, fazem parte da microrregião os seguintes municípios: Aquidauana, Anastácio, Miranda, Bodoquena, Nioaque e Dois Irmãos do Buriti. Sendo que a única cidade que ainda não enviou pacientes para a capital, é Bodoquena.