Pensado há 1 ano, projeto de abrigar ambulantes na Orla Ferroviária não agrada vendedores
Trecho da Orla Ferroviária de Campo Grande próximo da Avenida Afonso Pena, ao lado da Morada dos Baís, é protagonista de diversas tentativas do poder público de devolver vida ao espaço, que só vê movimentação em dias de eventos musicais na Morada. Há 1 ano, mais uma tentativa de uso do local era esperança de […]
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Trecho da Orla Ferroviária de Campo Grande próximo da Avenida Afonso Pena, ao lado da Morada dos Baís, é protagonista de diversas tentativas do poder público de devolver vida ao espaço, que só vê movimentação em dias de eventos musicais na Morada. Há 1 ano, mais uma tentativa de uso do local era esperança de comerciantes ambulantes, mas até hoje a ideia não saiu do papel e também não agrada grande parte dos vendedores.
Em 2 de dezembro do ano passado, dias após a inauguração da revitalização da Rua 14 de Julho, o Jornal Midiamax foi até o espaço e encontrou vendedores ambulantes. Instalados lá, estavam aqueles vendedores que foram retirados da 14 de Julho, já que com a revitalização veio a proibição de comércio informal no coração comercial da cidade.
Nesta terça-feira (1º), o assunto voltou à tona com ação da Semadur (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano) que retirou vários ambulantes do Centro. Com a nova fiscalização, muitos que têm as ruas centrais como espaço de trabalho se deslocaram até os arredores do Camelódromo, onde muitos ambulantes se concentram.
Ao que tudo indica, a ideia da AVA (Associação dos Vendedores Ambulantes) que mantinha tratativas com a prefeitura de Campo Grande para equipar o trecho da Orla Ferroviária para criar um novo ponto de comércio não prosperou.
Nesta quarta, a reportagem foi até o local e o trecho estava vazio, sem nenhum ambulante.
Para quem vive das vendas informais no Centro, a ideia de tornar o trecho da Orla em uma espécie de “camelódromo a céu aberto” não prosperou por alguns motivos. Segundo os ambulantes ouvidos pela reportagem, a presença de usuários de drogas e a falta de fluxo de possíveis clientes seriam os principais impeditivos.
“Ficou só na boa intenção, no começo é complicado, ia precisar de uns dois ou três anos para fluir e o movimento não seria o mesmo”, conta Cícero Firmino, vendedor ambulante há 30 anos e atualmente ganha a vida comercializando máscaras no Centro.
Para o vendedor de churros Edinaldo Gomes, de 41 anos, a proposta de uso do local para os vendedores nunca agradou muito pelo baixo fluxo de clientes. Ele ressalta que a presença de usuários de drogas na região seria o primeiro grande problema enfrentado pelos vendedores.
Aos 36 anos, Messias Barbosa sobrevive da venda de água nas ruas centrais. Sem emprego por conta da pandemia, ele decidiu ir para as ruas levar o sustento para a casa. Apesar de novato no ramo das vendas de rua, ele diz que a realocação dos vendedores no trecho da Orla seria positiva apenas se fosse a última opção.
“Ali não é uma área de muito fluxo, na 14 de Julho, o que você colocar vende, até bala de goma dá lucro. Talvez quem compraria na Orla fossem os clientes do Camelódromo, mas nossas vendas cairiam uns 65% eu acredito”, completou.
Tentativas
Há anos a Prefeitura de Campo Grande tenta aproveitar o espaço para uma revitalização, mas diversas tentativas foram em vão, como aconteceu com a entrega dos quiosques com a finalidade de comercializarem produtos de gastronomia feita em 2013 ainda na gestão de Alcides Bernal, mas ficaram abandonados pouco tempo depois por falta de movimento.
Mesmo depois de inaugurada com a obra do monumento da Maria Fumaça, a região ferroviária permanece sem uso constante. O local acabou tornando espaço de abrigo para moradores de rua, dependes químicos, traficantes e até mesmo vândalos.
O Jornal Midiamax entrou em contato com a prefeitura de Campo Grande para mais detalhes sobre o futuro do projeto de realocar os vendedores na Orla, e aguarda retorno.
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