Bastaram apenas 11 dias para que Mato Grosso do Sul dobrasse o número de casos do novo coronavírus, na 22ª semana de pandemia da doença no Brasil. Nesta quinta-feira (21), o número de positivos chegou a 746, contra os 362 confirmados no dia 10 de maio, há menos de duas semanas.

O dado coloca em alerta especialistas e a SES (Secretaria de Estado de Saúde), que se preocupa como número crescente de notificações positivas para a Covid-19 no Estado. Mesmo que Mato Grosso do Sul seja o ente federativo com menor número de conformações e óbitos, a rapidez com quem a doença avança pelo Estado demonstra que é possível que a ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) possa não ser mais tão confortável como a atual.

Neste momento, 31 pessoas estão internadas no Estado e 434 devem cumprir isolamento domiciliar, por estarem com diagnóstico positivo para a doença, mesmo que estejam sem sintomas complicadores, como a dificuldade para respirar.

Se na semana passada a média diária de novas confirmações era de 20 ao dia, o número saltou para 50 nesta semana. “A curva de infecção muda todos os dias e isso exige união de esforços, porque estamos no momento mais crítico da pandemia”, destacou Geraldo Resende, secretário de Estado de Saúde.

Avanço

No dia 10 de maio, eram 362 confirmações e 11 mortes; no dia 11, 385 positivos; no dia 12, 405 e no dia 13 de maio, 430. Neste dia, o avanço do novo coronavírus no Estado fez o total de pacientes romper a barreira dos 400, número que representava, também, um crescimento de quase 50% nos números da doença em um intervalo de apenas 8 dias, entre os dias 13 e 6 de maio. O avanço no volume de recuperados, por sua vez, foi mais tímido: na ordem de 15%.

A partir da fase de aceleração, o país deve começar a caminhar rumo ao pico de casos, previsto para o início de junho, de acordo com a projeção apresentada. O nível do pico, porém, depende do tipo de isolamento social adotado pelo país para conter a pandemia.

Caso nenhuma medida para conter o coronavírus fosse tomada, “teríamos uma explosão de casos e depois uma queda”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira explicou à época.

Mesmo com as medidas de distanciamento social, o número de casos tende a crescer em maio. Entretanto, seria pior se não houvesse isolamento social, apontava o Ministério da Saúde. O secretário deixa claro que o distanciamento social não impede a transmissão. “Equivoca-se quem acha que seja para isso.” O objetivo dessa estratégia é preservar o sistema de saúde, para que ele tenha condições de atender a alta demanda. “As medidas de distanciamento social são fundamentais para que o sistema de saúde se organize”, pontua. “O paciente é o sistema de saúde, não é a pessoa.”.

Distância e máscaras

Mesmo que Mato Grosso do Sul seja o Estado brasileiro com menor incidência de casos, é preciso seguir atento, mantendo distância social, lavando as mãos constantemente e usando máscaras nas ruas. Sempre que possível, é preferível ficar em casa porque cerca de 60% dos portadores do Covid-19 não tem nenhum sintoma, mas podem contaminar outras pessoas, principalmente idosos, complicando a saúde dos mais vulneráveis, que podem chegar a óbito após serem contaminados.