Após impasse e desistência da assembleia que poderia paralisar o em nesta sexta-feira (07) cedo, os ônibus circularam normalmente, mas acabaram gerando confusão nos passageiros. No entanto, a assembleia que discutirá a demissão em massa feita pelo Consórcio Guaicurus, que alega ‘crise do coronavírus', foi remarcada para às 16h desta sexta apenas no final da quinta-feira (06), causando transtorno com falta de informação aos usuários.

O Jornal Midiamax foi até duas empresas nesta manhã. Os ônibus saíram em seu horário normal, por volta das 5h20. Em uma das empresas, a Jaguar, foi confirmada a demissão de alguns funcionários, mas com número não informado e forte clima de medo e represália entre os funcionários. Se para os trabalhadores do transporte coletivo a situação não anda favorável, os usuários também acabam perdendo.

Impasse sobre paralisação deixa passageiros confusos nesta sexta em Campo Grande
Imagem: Henrique Arakaki

É o caso de Luiz Antonio Geordani, 44 anos, que trabalha em uma empresa de curtume no Indubrasil. Ele perdeu o primeiro ônibus de 5h15 e, diante do impasse, não sabia se o próximo passaria. “Estou esperando o de 5h30, se não passar, ligo na empresa e volto pra casa, ou a gente se organiza pra uma carona”, disse.

Funcionária de um abrigo para menores afirmou que trabalha todos os dias e finais de semana alternados. A mulher de 32 anos depende da linha 080 para ir trabalhar. “Fiquei cuidando para ver se ia ter ônibus, quando vi que estava normal, corri para o ponto”, explicou a mulher, que mora próximo da avenida Brilhante.

No caso dos finais de semana, como o transporte é feito, exclusivamente, para quem trabalha em serviços essenciais, a empresa fez uma declaração para que a funcionária utilize o transporte aos domingos.

Demissão em massa

O STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano) de Mato Grosso do Sul denunciou que o demitiu mais de 300 funcionários nos últimos meses, sendo 150 demissões somente na última quarta-feira (05).

Por isso, uma assembleia foi convocada para sexta-feira (06), onde os trabalhadores votariam sobre paralisação por tempo indeterminado. No entanto, após a audiência de mediação entre o SCTTU e o Consórcio Guaicurus, intermediada pelo Ministério Público do Trabalho, a categoria desistiu de assembleia.

‘Crise'

O Consórcio Guaicurus alega que está passando por ‘crise' devido à pandemia do coronavírus, apesar de ter lucro anual de R$ 12 milhões.

Prefeitura de Campo Grande, de acordo com a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), o Consórcio relatou perdas de 50% nos lucros de fevereiro a junho, o que ainda restaria mais de R$ 6 milhões de ganho com a exploração do serviço na cidade.