A franca evolução dos casos do novo () em Mato Grosso do Sul acontece em proporção semelhante à queda no isolamento social no Estado, medido pela consultoria In Loco. Na quinta-feira (14), quando atingiu a marca de 452 pacientes com a doença, a taxa de reclusão dos sul-mato-grossenses às suas casas foi de apenas 37,9%, a terceira pior do país –à frente apenas do Tocantins (37,5%) e (37,2%).

Nesta sexta-feira (15), o Estado contabilizou mais 27 casos de coronavírus, atingindo 479 no total. A doença já matou 14 pessoas. Há mais de 15 dias, os percentuais de isolamento do Estado não chegam a 50% da população.

A queda no isolamento, contudo, não é exclusividade do Estado: conforme a In Loco, que faz o monitoramento em todo o Brasil, a adesão à técnica de prevenção –até aqui a mais eficaz para conter o alastramento da Covid-19– vem se tornando cada vez menor.

Segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), a queda no isolamento e o aumento dos casos estão conectados. A flexibilização das medidas de isolamento adotadas por diversas prefeituras no início de abril, poucas semanas depois do surgimento dos primeiros casos em março, é tida como fator que favoreceu o espalhamento da Covid-19. Com a abertura gradual do comércio, menos pessoas passaram a ficar em casa, fosse para retornarem ao trabalho ou para consumirem.

Em média, o Estado tem registrado 20 novos casos por dia. Em abril, esse número começou em 6 e se aproximou do fim do mês em 12.

Mais e menos

Paranhos –que nesta sexta-feira teve seu primeiro caso de coronavírus confirmado– teve a maior taxa de distanciamento do Estado na quinta-feira, com 63,6% da população ficando em casa. Esta é também a única cidade que ficou acima de 60%, índice considerado eficaz para conter o avanço da doença.

Guia Lopes da Laguna, onde o surto iniciado na semana passada já resultou em 61 contaminados (o terceiro maior contingente de Mato Grosso do Sul) aparece na sequência, com 53,9% da população aderindo ao distanciamento. A taxa impressiona porque a cidade está em lockdown, com o fechamento obrigatório de todas as atividades não-essenciais e patrulhamento noturno para impedir que as pessoas saiam de casa.

Taquarussu (53,8%), (53,6%) e Juti (52,8%) fecham a lista das cinco que mais seguiram a orientação.

Na outra ponta, porém, Angélica teve taxa de distanciamento de 29,5%. (30,2%), Anaurilândia (31,1%), Sete Quedas (31,4%) e (31,7%) fecham a lista das cinco com menor adesão –em média, é como se, a cada 10 moradores de cada uma dessas cidades, apenas 3 ficassem em casa e 7 estivessem nas ruas.

Já em Campo Grande a taxa de isolamento foi de 37,1%. O Universitário foi o bairro de pior adesão, com 20% –2 pessoas em casa para 8 nas ruas. Tiradentes (23,8%), Tarumã (24,2%), Vila Nasser e Portal Caiobá (25% cada) também tiveram baixo isolamento, conforme a assessoria do Governo do Estado.