O decreto do em acaba no próximo dia 30 de setembro e a expectativa é que ele não seja prorrogado pelo prefeito (PSD). Caso isso se concretize, o comércio da Capital deve comemorar a decisão.

Segundo o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, este é um pedido antigo do setor para a prefeitura. “Já passou da hora; é uma necessidade ter essa maior flexibilização”, disse ele ao Jornal Midiamax. Conforme Vila, o setor há sete meses tem cumprido os decreto e que já está no limite.

Para o presidente, Campo Grande foi “penalizada” por conta dos casos vindos do interior, que, no seu entendimento, não conta com a mesma fiscalização da Capital.

“Os números caíram. Nunca na história Campo Grande teve tantos leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] como agora”, opinou.

Sem eficácia

Da mesma opinião compartilha o primeiro secretário da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Roberto Oshiro.

“Tenho falado nas reuniões desde o dia 31 de agosto que não haveria mais necessidade desse toque de recolher em Campo Grande, tendo em vista a redução dos casos, redução do contágio e também a redução da demanda por leitos de UTI”, contou Oshiro.

Conforme o secretário, a extinção do toque vai ser benéfica não só para o comércio, mas para a sociedade em geral. “Vai ajudar os restaurantes que não precisam se preocupar com o fechamento para que seus colaboradores possam ir para casa antes do toque de recolher”, disse.

“As pessoas vão poder até se programar melhor para ir […] Os restaurantes vão poder usar a taxa reduzida de 50% [da lotação máxima] com maior flexibilidade e os consumidores vão poder se programar também para ir num horário em que o restaurante não esteja tão lotado”, explicou Oshiro.

Para ele, o toque de recolher não tem impacto na redução do contágio e nem reduziu o número de acidente de trânsito. “o que deu resultado foram as blitzes. E blitz não tem hora para acontecer”, opinou ele sobre leitos ocupados por traumas

Retorno da vida noturna

Assim como a CDL e ACICG, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) também vinha negociando com o Executivo Municipal o fim do decreto, segundo o presidente da associação, Juliano Wertheimer.

“A vida noturna depende da madrugada livre. Alguns barzinhos conseguiram sobreviver funcionando até 00h, mas as boates e casas noturnas zeraram [o movimento]”, revelou ele.

Para Wertheimer, a volta da “vida na madrugada” também será benéfica para os ônibus circulares. “Alguns poucos funcionários que trabalhavam na madrugada enfrentaram dificuldades de locomoção. Então terá que voltar também o transporte coletivo, que está passando por dificuldades, aumentando a circulação”, opinou.

Decreto

Atualmente, fica proibida a circulação de pessoas e sua permanência em estabelecimentos comerciais entre 0h e 5h.

Quando começou, em 21 de março, a medida ia das 22h às 5h, mas chegou a ser antecipada para 20h, voltou para 22h, foi iniciada às 23h e hoje começa à meia-noite.

Cabe à Guarda fiscalizar o cumprimento da restrição, mas diariamente as equipes flagram cerca de 150 pessoas nas ruas após o horário permitido. A medida não impacta serviços essenciais, como os relacionados à saúde.