A Santa Casa de anunciou através de um comunicado nesta quinta-feira (12) que suspendeu as programadas dos funcionários para o mês de novembro. A associação informou que a decisão foi por crise financeira.

Conforme o comunicado impresso aos colaboradores, o anunciou que o período de descanso anual dos trabalhadores foi temporariamente suspenso.  “Informamos a todos que, em decorrência da atual situação financeira, a Santa Casa teve como única alternativa suspender temporariamente todas as férias programadas para o mês de novembro de 2020”, disse comunicado.

A associação pediu a compreensão dos colaboradores neste momento e esclareceu que assim que tudo for normalizado, as férias serão disponibilizadas. “Ressaltamos que estamos em busca de uma solução e, assim que a situação foi regularizada, as férias serão imediatamente concedidas”, pontuou em comunicado aos funcionários. A reportagem procurou a assessoria de comunicação da Santa Casa e aguarda reposta.

Crise financeira

A Santa Casa de Campo Grande tem enfrentado um período de crise financeira durante a pandemia do coronavírus. Precisando priorizar medicamentos e materiais, a associação teria deixado de pagar os salários de médicos autônomos, que não estariam recebendo salário há 4 meses.

Em nota, o  (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) informou que algumas especialidades do hospital começaram a paralisar os atendimentos nesta semana. Entre elas, neurocirurgiões e cirurgiões cardíacos teriam paralisado as atividades. “A equipe dos Cirurgiões Cardíacos está com o contrato suspenso, por esta razão, a Santa Casa já não conta mais com este serviço”, informou o sindicato.

O sindicato da categoria ainda ressaltou que o pagamento do salário é um direito dos empregados da instituição. “Pagamento de salário não é supérfluo, é obrigação! Estamos vigilantes e à disposição de todos, para que providências sejam tomadas e população, e médicos não sejam prejudicados”.

Recursos esgotados

Ao Jornal Midiamax, o hospital explicou nesta terça-feira (10) que tem alertado as autoridades públicas sobre mudanças que têm dificultado o pagamento dos profissionais. Os problemas vão desde o aumento do custo dos medicamentos à superlotação, que sobrecarrega o hospital.

O hospital explica que diante do cenário, os recursos financeiros foram se esgotando e, por isso, a compra de medicamentos e materiais foi priorizada, em detrimento do pagamento dos salários dos funcionários. Segundo a Santa Casa, entre o dia 1º de abril e o dia 31 de outubro, foram gastos R$ 25,5 milhões com materiais e medicamentos. O valor representa um aumento de gastos de 70% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A instituição alega que tem cortado gastos, renegociado dívidas e até busca rediscutir o contrato com o SUS, mas ainda não há previsão para pagamento dos profissionais da saúde. “Não há como definir prazos pois a instituição é filantrópica e mais de 80% dos atendimentos são SUS”, disse.