Devido à pandemia, campo-grandenses ‘antecipam’ o Dia de Finados para manter tradição de visitas a cemitérios

Tradição brasileira, as visitas familiares à cemitérios no Dia de Finados, próxima segunda-feira (1º), foram antecipadas por muitos campo-grandenses. Por conta da pandemia e das recomendações para evitarem aglomerações, dezenas de famílias apostaram na tranquilidade deste sábado (31) para velarem falecidos. Como a dona de casa Maria da Conceição, de 52 anos, que atendeu a […]

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Devido à pandemia, campo-grandenses 'antecipam' o Dia de Finados para manter tradição de visitas a cemitérios
Muitas famílias anteciparam a limpeza e as visitas para o sábado, a fim de evitar aglomerações | Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

Tradição brasileira, as visitas familiares à cemitérios no Dia de Finados, próxima segunda-feira (1º), foram antecipadas por muitos campo-grandenses. Por conta da pandemia e das recomendações para evitarem aglomerações, dezenas de famílias apostaram na tranquilidade deste sábado (31) para velarem falecidos.

Como a dona de casa Maria da Conceição, de 52 anos, que atendeu a reportagem enquanto visitava o túmulo do filho de 14 anos, sepultado no Cemitério São Sebastião, mais conhecido como Cemitério do Cruzeiro. Ela aproveitou o sábado ensolarado para antecipar uma das duas visitas que faz ao túmulo – a segunda e no dia em que o filho fazia aniversário.

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Dona Maria Cristina já estava no segundo cemitério do dia | Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

“Preferi vir no sábado para me prevenir, usando álcool em gel e máscara. É uma data importante. Pra uns não significa nada, mas quando entro aqui já é em prantos”, conta Maria, que perdeu o filho devido a uma infecção generalizada.

No Cruzeiro, havia organização e limpeza das vias comuns e ainda havia tranquilidade, apesar do movimento já ser diferente dos dias comuns. Logo na entrada, um funcionário usando máscara de segurança aplicava álcool em gel para os visitantes.

Alguns deles, ainda terminavam os preparativos para manutenção dos túmulos. O porteiro Carmo dos Santos, de 52 anos, estava acompanhado da irmã. Ambos se deslocaram ao cemitério também para evitar eventuais aglomerações comuns na data.

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Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

“Para mim, Finados é uma forma de recordar. Visitar entes queridos é uma cultura de família e viemos aqui visitar nossos pais. Tem gente que tem medo de cemitério. Tem que ter medo dos vivos. Viemos antes para evitar aglomeração, mas temos essa tradição há seis anos”, conta o porteiro. Além de água, ele portava argamassa e desempenadeira para a manutenção do túmulo. “A gente retorna amanhã de manhã, para terminar de pintar”, pontuou.

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Selma e dona Neusa preferiram evitar aglomerações esperadas na segunda-feira 91º) | Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

Acompanhada da mãe idosa, flores e velas, a diarista Selma da Silva, de 42 anos, também concedeu depoimento ao Jornal Midiamax. Segundo ela, a prevenção aos riscos de contaminação fizeram com que ela e dona Neusa dos Santos, que tem 68 anos, antecipassem a celebração. “Mamãe é grupo de risco, então estamos adiantando a visita. Temos o costume de vir todo anos, há quatro anos, desde que perdemos minha irmã”, acrescenta.

O movimento em outro cemitério municipal, o Santo Amaro, o maior de Campo Grande, o movimento era um pouco maior que no Cruzeiro. Lá, dezenas de famílias também anteciparam a tradição para evitarem aglomerações, principalmente pessoas que estão nos grupos de risco.

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Com máscara, famílias limpavam os túmulos | Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

Dona Maria Cristina, de 85 anos, estava acompanhada de um amigo e já visitava o segundo cemitério da “maratona” de Finados. Viúva, ela foi casada por 31 anos e estava no Santo Amaro para visitar o marido. “A gente veio hoje para evitar aglomeração”, comentou à reportagem. A poucos passos, estava o aposentado Romildo Pereira, de 58 anos, limpava o túmulo da família. Ele estava acompanhado da tia Maria Leia Souza, de 83 anos.

“A gente achou que hoje tinha menos gente e estamos aqui. Tenho essa tradição desde 1973. Eu tinha 11 anos, era criança, quando comecei a vir ao cemitério em Finados. É aqui que toda a família está sepultada. Sigo com isso porque é uma forma de lembrar dos entes que se foram”, comenta.

Vendedores também se anteciparam

Além dos familiares, comerciantes informais que costumam tirar um extra com vendas na parte externa dos cemitérios também se anteciparam e montaram as barracas para vender itens como velas, fósforo e flores. Por conta da pandemia, a venda de itens de proteção – como as máscaras – também ganhou vez. Há mais de 30 anos faturando um extra na data, a diarista Eliane Pereira, de 49 anos, foi uma das que já marcou presença.

“Nós sempre nos adiantamos em dois dias ao feriado. Só que desta vez antecipamos um pouco mais, por conta da pandemia. Estamos aqui desde quinta-feira”, conta. Aos clientes, ela oferece pacotes de velas a R$ 5 e vasos com flores de plástico, que variam entre R$ 5 e R$ 25. “A gente quer vender o esperado, igual aos outros anos. Só não investimos mais por conta das incertezas da pandemia, mas o movimento já está bom e dentro do esperado”, conclui.

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Com a pandemia, venda de máscaras também ganhou vez no comércio informal que se forma na entrada dos cemitérios | Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

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