Autoridades da agricultura sul-mato-grossense estiveram reunidos nesta quinta-feira (25) para alinhar algumas alternativas caso existam possíveis ataques de gafanhotos em lavouras de Mato Grosso do Sul. Desta forma, a melhor saída foi criar um comitê de monitoramento que servirá para definir ações caso ocorram os ataques.

O secretário da Semagro (Secretaria de , Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck participou da reunião virtual que aconteceu durante o período da manhã com demais autoridades. O titular da pasta estadual destacou que a praga já é conhecida e vem sendo monitorada há alguns anos e afirmou que não existe ocorrência da praga em nenhuma lavoura no Estado.

“O que acontece é que recebemos informação da existência de focos na região do Alto Paraguai, no país vizinho. Não se trata de nuvem como na Argentina, apenas focos. Sabemos que num eventual trajeto em direção ao Brasil, o próprio Pantanal seria uma barreira natural. Mesmo assim estamos discutindo a forma de um combate preventivo, caso seja necessário. Para tanto um Comitê Estadual envolvendo a Semagro, Iagro, e Ministério da Agricultura, com apoio também do , que fará o monitoramento e tem autonomia para definir ações”, declarou Verruck.

Alerta do Ministério do Paraguai

A Superintendência do Ministério da Agricultura do Mato Grosso do Sul recebeu nesta quarta-feira (24) um alerta do governo do Paraguai sobre uma nuvem de gafanhotos que já se espalhou por vastas áreas do país vizinho e da Argentina – e que pode atingir lavouras do MS.

Ainda nesta quinta, o Senasa (Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina) já havia alertado o governo brasileiro sobre a proximidade da praga em territórios do Rio Grande do Sul. O gafanhoto, conhecido como sul-americano, tem como hábito a formação de massas migratórias e pode viajar até 100 km por dia.

Barreira Natural

Embora seja uma praga cíclica nos países vizinhos, a infestação de gafanhotos não é um problema recorrente no MS, uma vez que o Pantanal separa as principais regiões de lavouras entre o Brasil e o Paraguai e age como uma barreira natural contra pragas do tipo.

Em entrevista ao Jornal Mídiamax, a gerente da Defesa Sanitária Vegetal da Iagro, Glaucí Ortiz, explicou que, por conta da população de aves do bioma, as nuvens de gafanhoto não costumam atravessar a fronteira, uma vez que os pássaros são predadores naturais desses insetos.