Campo Grande vai soltar 1,5 milhão de ‘mosquitos soldados’ por semana contra a dengue

Ocorreu na manhã desta quinta-feira (10) a soltura da primeira leva do mosquito wolbito, que carrega a bactéria Wolbachia, em Campo Grande. Esses insetos têm a missão de combater dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti. O evento marcou o lançamento da biofábrica instalada na sede do Labcen (Laboratório Central de Mato Grosso […]

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Ocorreu na manhã desta quinta-feira (10) a soltura da primeira leva do mosquito wolbito, que carrega a bactéria Wolbachia, em Campo Grande. Esses insetos têm a missão de combater dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti.

O evento marcou o lançamento da biofábrica instalada na sede do Labcen (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul), que terá capacidade de produzir 1,5 milhão de mosquitos por semana.

Os ‘soldados’ serão soltos por agentes de saúde e a ação vai começar pelos bairros: Aero Rancho, Guanandi, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. A previsão é que as liberações sejam feitas em 16 semanas.

Após esse período, já no início do próximo ano, o trabalho será levado para os bairros: Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e América.

Conforme boletim divulgado na quarta-feira (9) pelo governo do Estado, Campo Grande tem 12.785 casos confirmados de dengue. Já foram confirmados 7 óbitos pela doença somente na Capital. Em todo o MS, foram 42 mortes, o maior número registrado dos últimos 7 anos.

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Secretários de saúde e prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, participaram do evento. (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

Como funciona?

A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.

Assim, o Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e gerar uma nova população destes mosquitos, todos com essa bactéria. Uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações.

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