Os Regionais Oeste 1 e Oeste 2 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) demonstraram preocupação em relação às nos últimos meses. Os representantes das dioceses pantaneiras de Corumbá/MS, Diocese de /MS, Diocese de /MS, Diocese de São Luiz de Cáceres/MT e Diocese de Rondonópolis/Guiratinga/MT,  emitiram uma carta aberta sobre o tema e destacaram a necessidade da preservação da vida. 

A carta foi assinada pelo Arcebispo de Campo Grande, Presidente do Regional Oeste 1, Dom Dimas Lara Barbosa, além de outros representantes de dioceses do Centro-Oeste, como Dom Canísio Klaus, Bispo de Sinop e Presidente do Regional Oeste 2, Dom João Aparecido Bergamasco, de Corumbá, Dom João Gilberto de Moura, de Jardim, Dom Antonino Migliore, de Coxim, Dom Jacy Diniz Rocha, de Cáceres, Dom José Vieira de Lima, Bispo Emérito de Cáceres e Dom Juventino Kestering, de Rondonópolis-Guiratinga.

O incêndio é o maior em 14 anos na região e já destruiu nove vezes mais do que o desmatamento dos últimos dois anos. De acordo com o monitoramento realizado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), o Pantanal já teve 2,3 milhões de hectares atingidos pelo fogo em 2020, entre 1º de janeiro e 7 de setembro, o equivalente a duas vezes o tamanho da cidade do .

Confira a carta aberta na íntegra abaixo:

“Manifestamos nossa solidariedade e compromisso com todos que estão sensibilizados e envolvidos com a causa ambiental: militares, bombeiros, brigadistas, servidores e voluntários, bem como os irmãos e irmãs ribeirinhos, pantaneiros e indígenas, que dependem diretamente deste bioma para sua sobrevivência. Lamentamos, ao mesmo tempo, o desmonte das instâncias de fiscalização e punição e denunciamos as providências insuficientes e tardias que favorecem este incêndio sem controle e que está queimando tudo e matando a Vida.

Há um pedido de socorro, um grito que não quer e não pode se calar, dos humanos sensíveis e conscientes, das comunidades tradicionais, das populações indígenas, da terra, dos animais, das aves, das águas, das plantas, da vegetação nativa, de árvores centenárias. E um clamor para que os povos tradicionais sejam valorizados e apoiados, a fim de continuarem sendo agentes de proteção e cuidado da natureza.

Reivindicamos que as autoridades se empenhem e se mobilizem com a urgência e que seja feita uma investigação séria, responsabilizando e punindo os possíveis culpados com a reparação justa e necessária pelos danos causados. As ações emergenciais são necessárias, mas não bastam; é preciso desenvolver e aplicar políticas públicas sérias de prevenção e de proteção a curto, médio e longo prazo.

A Igreja se une num forte grito pela defesa, promoção e cuidado com a Vida, em todas as suas formas e expressões. É preciso conter e apagar o fogo que vai avançando com poder destruidor, e assim salvar o Pantanal.

” Hoje, a voz da criação incita-nos, alarmada, a regressar ao lugar certo na ordem natural, lembrando-nos que somos parte, não patrões da rede interligada da vida.” ( Francisco)”