Além da cidade de Campo Grande, as microrregiões de saúde de e passam a integrar o epicentro do coronavírus em . As informações são resultado de um estudo feito por pesquisadores de universidades públicas, que aponta que a situação da Covid-19 foi agravada pelas regiões em Mato Grosso do Sul. 

Um relatório elaborado por pesquisadores da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e UFOB (Universidade Federal do Oeste da Bahia) indica que a doença não tem recuado em Mato Grosso do Sul e que a situação se agrava considerando Aquidauana e Sidrolândia, que registraram aumento no número de casos e nos indicadores de morbimortalidade. O relatório dos pesquisadores analisa os dados de Covid-19 em MS da 31ª à 33ª semana epidemiológica, ou seja, do dia 1º a 15 de agosto.

Aquidauana, assim como Campo Grande, está com nível de alerta máximo para o coronavírus. O nível de alerta subiu de 4,59 para 5,82 nas últimas semanas. Sidrolândia registrou aumento de 4,26 para 4,46; Nioaque apresentou avanço da doença e saiu do iMM (índice de morbimortalidade) 2,16 (alerta 3) para 4,44 aumentando para 4 o nível de alerta. Miranda subiu de 3,15 para 4,31 (nível de alerta 4). Ainda segundo o relatório, Sidrolândia, Nioaque e Miranda caminham de forma acelerada para o nível de alerta 5, se nada for feito para conter a doença.

“Chamamos atenção que na macrorregião de saúde de Campo Grande, além do município de Campo Grande, a microrregião de saúde de Aquidauana e Sidrolândia passaram a fazer parte do epicentro da no estado de Mato Grosso do Sul”, afirma a pesquisadora e professora da UFMS, Ana Paula Archanjo Batarce.

O estudo mostra que saiu o nível de alerta 3 para o nível 4 e Dois Irmãos do Buriti passou para o nível 4. Para pesquisadores, os dados sugerem medidas urgentes para conter  o coronavírus na macrorregião de Campo Grande, em especial na microrregião de Aquidauana. 

Nos últimos dias, Estado e municípios têm elaborado estratégias para a ampliação dos leitos para os pacientes de coronavírus em Mato Grosso do Sul. Apesar de importante, a medida não é suficiente sem uma estratégia para conter a Covid-19 no estado. O professor da UFGD e pesquisador em Geografia da Saúde, Adeir Archanjo da Mota, explica que é preciso atuar no sentido de conter a velocidade da disseminação, o aumento no número de casos e, com isso, a redução das mortes por Covid-19 e SRAGs não específicas (grande parte Covid-19 não diagnosticada). 

“Como fazemos isso? O mundo já mostrou o que surte efeito: medidas de prevenção efetivas, tais como fiscalização rigorosa para fazer cumprir os decretos, assistência social aos mais vulneráveis e, principalmente, medidas para promover o distanciamento social”. 

A doutora e pesquisadora em Comunicação, Saúde e Políticas Públicas, Fernanda Vasques Ferreira, é enfática e diz que a economia não deve ser a principal preocupação durante a pandemia. “Enquanto os gestores públicos continuarem colocando ‘o peso' da pandemia na economia, continuarão flertando com o vírus e sendo os responsáveis pelas mortes evitáveis”.