No início da pandemia de coronavírus, a primeira reação dos consumidores em Campo Grande foi de comprar tudo que pudessem. Clientes encheram os carrinhos com papel higiênico, água sanitária, álcool em gel e alimentos. Passado o desespero, o comportamento do consumidor agora é de prudência na hora das compras. Clientes têm comprado apenas o essencial nos supermercados. 

Após 'loucura' no início da pandemia, clientes compram só essencial nos mercados de Campo Grande
Edilson comenta que comportamento do consumidor mudou. (Foto: Leonardo da França)

O gerente do supermercado Pires no bairro Tiradentes, Edilson Santos, de 50 anos, explica que no início da pandemia na Capital, as pessoas foram aos mercados e fizeram grandes compras. Ele aponta que o consumo chegou a 20% a mais do que no mesmo período do ano passado. “Tivemos que orientar as pessoas a não estocarem os produtos, a não comprarem mais do que precisavam. Tivemos que limitar, estavam comprando demais”, conta.

Passado o choque inicial, agora o fluxo tem sido bem mais tranquilo nos supermercados. “O fluxo diminuiu, agora as pessoas compram só o principal, produtos de alimentação principalmente”, diz. Edilson explica que o estabelecimento toma cuidados com aglomerações e, caso tenha muitos clientes no supermercado, fecha as portas e controla a entrada. Os funcionários trabalham de máscaras e há marcações no chão para quem clientes mantenham distância na fila. 

Em um outro supermercado, no Itamaracá, o gerente reclama que clientes ainda são imprudentes. “Às vezes vêm comprar só uma carteira de cigarro, mas vêm a família inteira”, diz o gerente, que não quis se identificar. Com relação às vendas de Páscoa, as vendas estavam dentro do esperado, segundo ele. 

Após 'loucura' no início da pandemia, clientes compram só essencial nos mercados de Campo Grande
Supermercados preveem queda no consumo. (Foto: Leonardo da França)

O gerente pontua que, passado o desespero, o consumo voltou ao normal. “Não percebemos uma queda das vendas, mas isso é esperado, por causa do coronavírus e do desemprego”.

Após 'loucura' no início da pandemia, clientes compram só essencial nos mercados de Campo Grande
Professora prioriza o essencial. (Foto: Leonardo da França)

A funcionária pública Eliane Fernandes, de 59 anos, é um exemplo de quem só tem comprado o necessário. “Ano passado comprei oito ovos de Páscoa, para filho, sobrinho e afilhados. Este ano comprei uma caixa de chocolates para minha mãe e meu filho. São supérfluos, primeiro vem a alimentação”, conta.  Agora, a prioridade é a economia. Eliane compara preços antes de comprar e ainda toma o cuidado em desinfetar tudo quando chega em casa. 

A professora Vanessa Albuquerque, de 36 anos, comprava cinco ovos de chocolate para sobrinhos, mas neste ano não comprou nenhum. “Hoje em dia só o essencial, o arroz e o feijão. Reduzi gatos, só me comprometo com o essencial. Pizza, sushi e saídas também estão suspensas, tenho medo de não ter uma reserva com essa crise do coronavírus”, conclui.