Por falta de profissionais e insumos, Conselho de Enfermagem quer interdição do HRMS

A falta de insumos e de profissionais pode levar à suspensão dos serviços de enfermagem no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). O Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem) prepara o processo de interdição ética do Hospital e afirma que a situação no local é de ‘calamidade e ilegalidade’. As principais razões apontadas pelo […]

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Pacientes foram informados que não há previsão para retorno do tratamento na unidade. (Foto: Arquivo Midiamax)
Pacientes foram informados que não há previsão para retorno do tratamento na unidade. (Foto: Arquivo Midiamax)

A falta de insumos e de profissionais pode levar à suspensão dos serviços de enfermagem no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). O Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem) prepara o processo de interdição ética do Hospital e afirma que a situação no local é de ‘calamidade e ilegalidade’.

As principais razões apontadas pelo Conselho são a constante falta de insumos para assistência e a falta de profissionais, situações constatadas in loco e que já teriam sido comunicadas à diretoria do HRMS e à SES (Secretaria de Estado de Saúde). No Regional falta de esparadrapo a soro fisiológico e, segundo o Coren, a segurança dos trabalhadores de enfermagem está comprometida.

A categoria ressalta que os profissionais da equipe de enfermagem estão sobrecarregados por conta do déficit de funcionários. O cenário chama atenção, alguns pacientes estão até sem tomar banho.

“As pessoas internadas no Centro de Terapia Intensiva, por exemplo, não têm nem tomado banho porque os técnicos e auxiliares de enfermagem não têm tempo para isso, estão ocupados com outras atividades mais complexas”, aponta o Sebastião Duarte, presidente do Conselho. Ele lembra, ainda, que a exaustão laboral também tem forte impacto negativo na saúde mental dos profissionais da saúde. Segundo relatório, há um déficit de 261 enfermeiros e 197 técnicos de enfermagem no hospital.

O conselheiro Rodrigo Alexandre Teixeira ainda ressalta que a situação precária acaba até gerando mais gastos para o Estado, já que sem um serviço eficiente, o tratamento dos pacientes acaba se prolongando.

O HRMS disse ao Jornal Midiamax que uma reunião do Conselho de Enfermagem com a SES está agendada para esta quarta-feira (27) para resolver a situação. A nova diretora do hospital, Rosana Leite de Melo, afirma que ainda não recebeu o relatório do Coren, mas que já conversou com a equipe de enfermagem e faz diligências. “O conselho ainda deve enviar documento oficial e agendar reunião com a presidência [do HRMS] para tomar a medida mais sensata a fim de não prejudicar o atendimento ao público”.

O que é uma interdição ética?

A interdição ética, citada pelo Coren, tem início quando faltam condições de assistência no setor de enfermagem. A interdição prevê a suspensão parcial ou total dos serviços de Enfermagem na unidade. É uma medida extrema, adotada quando não há condições mínimas de atendimento e trabalho, trazendo grave risco para a população e os profissionais.

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