Fechada há 19 dias, a fronteira entre Corumbá e Bolívia não tem previsão de ser reaberta. O protesto realizado por lideranças políticas de oposição a Evo Morales pede a renúncia do presidente eleito além de nova eleição presidencial. Policiais bolivianos estão amotinados e se declararam favoráveis aos manifestantes.
Conforme apurado pelo site Diário Corumbaense, após o setor de transporte pesado ter declarado apoio aos manifestantes, na noite de sexta-feira (8), em algumas cidades, o comando da Polícia Boliviana também anunciou apoio à mobilização.
Moradores das cidades de fronteira teriam também se deslocado até a unidade policial em Puerto Suárez e um policial afirmou à imprensa que o comando da região também está junto ao povo.
Na cidade de Santa Cruz de La Sierra, policias de diferentes unidades chegaram de caravana ao Comando Departamental reforçando o motim da instituição Verde-Oliva neste sábado (9). Fora do prédio a população a saída do comandante Igor Echegaray.
Ainda conforme o Diário Corumbaense, um contingente de policiais, com bandeiras da Bolívia e de Santa Cruz saiu para o terraço do Comando, dando sinal de que essa região também se junta ao motim instalado em vários departamentos desde a sexta-feira.
Também na sexta-feira, o ministro da Defesa, Javier Zavaleta, descartou operações militares nas ruas, enquanto o ministro de governo, Carlos Romero, defendeu um diálogo para resolver o tumulto que se estende por todo o país.
Em Cochabamba, os policiais amotinados pedem reajuste salarial e aposentadorias no mesmo posto da FFAA (Forças Armadas) e a independência política garantida por não ser instrumento de nenhum governo.
Evo Morales
O presidente Evo Morales falou no final da noite desta sexta-feira, pelas redes sociais, a situação que o país está passando e que se agravou depois que a Polícia de Cochabamba, em primeira instância, entre outras regiões (incluindo Santa Cruz, Chuquisaca e Beni) declarou apoio aos manifestantes que exigem a sua renúncia.
“Irmãs e irmãos, nossa democracia está em risco devido ao golpe de estado lançado por grupos violentos que prejudicam a ordem constitucional”, disse a primeira parte do pronunciamento feito por Morales que complementa dizendo que denunciou a situação para a comunidade internacional.
Vale lembrar que o país está enfrentando manifestações desde o dia 20 de outubro, quando grande parte da sociedade passou a pedir anulação da eleição presidencial por suspeita de fraude.
Evo Morales convocou ainda suas bases para enfrentar a situação. “Peço ao nosso povo que cuide pacificamente da democracia e da CPE para preservar a paz e a vida como bens supremos acima de qualquer interesse político”, disse.
Em resposta ao pronunciamento, Luis Fernando Camacho, o líder cívico e atualmente o principal oponente de Morales, disse que o golpe de estado ocorreu no dia 21 de fevereiro de 2016, citando o Referendo que rejeito a a possibilidade de Morales se candidatar a um novo mandato.
Mas que um ano depois, o presidente conseguiu a liberação do Tribunal Constitucional para disputar a reeleição indefinidamente.
Com informações do jornal El Deber.