O prefeito (PSD) diz que só será possível compensar financeiramente os lojistas do Centro afetados pelas obras do Reviva Campo Grande, se tiver autorização do (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e do Tribunal de Contas Estadual.

“Várias e várias reuniões foram feitas. Todos, unânimes, queriam uma revitalização do Centro. Quando foi liberada a importância [recurso financeiro], nós fizemos várias reuniões, eles sabiam desse desconforto. Agora, só se o Ministério Público, o Tribunal de Contas me autorizar a ter este desconto”, explicou Marquinhos durante agenda na manhã deste sábado (23).

A CDL (Câmara dos Dirigentes Logistas) quer apresentar à Prefeitura proposta de reparação aos lojistas da Rua 14 de Julho, que afirmam sofrer prejuízos com as obras do Reviva.

De acordo com o presidente da entidade, Adelaido Vila, a ideia surgiu após reunião com lojistas na quinta-feira (21), quando os empresários discutiram estratégias para equacionar prejuízos que teriam sido causados pelo impacto da obra, iniciada em junho de 2018.

Segundo Adelaido, é possível que a proposta contemple pedido de isenção de tributos municipais, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) ou ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) durante o tempo de duração da revitalização.

Marquinhos, por sua vez, acredita que se essa prática for tomada, pode virar uma demanda constante e prejudicar futuros empreendimentos de melhorias na infraestrutura da Capital.

“Já pensou se em toda obra que for realizada dentro de , no perímetro onde está sendo feita a reforma, os comerciantes, os lojistas terem que pedir compensação financeira? Não vai ter mais nenhuma obra na cidade”, disparou o prefeito.

Marquinhos diz que só dará isenção a lojistas com autorização do MPMS e TCE
CDL planeja pedir isenção tributária à lojistas como política de reparação (Foto: Arquivo/Midiamax)

Pesquisa polêmica

Na quarta-feira (20), a CDL divulgou pesquisa na qual o fechamento de 1,5 mil estabelecimentos – dos quais 828 eram empresas de prestação de serviço, 676 comércios e uma indústria – estariam relacionados à modificações no planejamento das obras de revitalização, atualmente 55% concluídas.

Segundo a CDL, os fechamentos foram observados no perímetro compreendido pelas Avenidas Fernando Correia da Costa, Mato Grosso, Calógeras e Rua Pedro Celestino, em Campo Grande, no período de abril de 2018 a março de 2019. Bem no meio estão as obras da Rua 14 de Julho.

Até o prefeito Marquinhos Trad (PSD) reagiu incrédulo aos números e afirmou que só comentaria após ter acesso aos dados do levantamento, conforme trouxe o Jornal Midiamax. Na quinta-feira (21), a Prefeitura divulgou nota refutando os dados do levantamento da CDL.

“A metodologia da pesquisa justificada pela assessoria da CDL foi que o levantamento foi feito de porta em porta. Entretanto, os resultados impressionam, uma vez que, caso a obra da Rua 14 de Julho impactasse todo o comércio ali instalado, o número de fechamento não seria superior a 242 empreendimentos localizados na via, conforme cadastro censitário realizado no início das obras”.