Cerca de 30 mulheres protestam na Câmara Municipal de após a substituição dos profissionais APE (Apoio Pedagógico Especializado) nas escolas municipais. As mães relatam retrocesso no aprendizado dos filhos com necessidades especiais, como . Os profissionais especializados foram substituídos pelos AEI (Assistentes Educacionais Inclusivos), que não têm a mesma qualificação e são funcionários de nível médio.

As manifestantes entraram na Câmara na manhã desta terça-feira (10) e fizeram um círculo ao redor das cadeiras do plenário. Elas levantam cartazes com dizeres e um deles cobra uma promessa do prefeito Trad (PSD), quando ainda estava em .

Uma das mães presentes, a acadêmica de pedagogia Jusley Abreu, de 31 anos, conta que o filho retrocedeu no aprendizado após a substituição dos profissionais APE. O menino tem 9 anos e foi diagnosticado com autismo severo.

“Ele tem tido crises de choro frequentes, se joga no chão. Até o primeiro semestre, quando ainda estava sendo atendido por um profissional especializado, ele estava aprendendo e evoluindo”, conta.

A mãe do menino afirma que ele teve o desenvolvimento afetado e que chegou a leva-lo no neurologista. “Ele passou um laudo falando para afastar meu filho da escola. Está em casa, não vai mais”, diz.

Substituição dos profissionais APE

Em setembro, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul foi à Justiça para impedir que a Prefeitura de Campo Grande substituísse os profissionais de apoio pedagógico por outros profissionais sem a mesma qualificação, chamados de assistentes educacionais inclusivos.

Em julho, o Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos fez uma audiência com especialistas, representantes da educação municipal, professores e pais de alunos, com o objetivo de ouvi-los sobre a substituição dos profissionais. A situação gerou protestos. Na ocasião, pais relataram preocupação quanto à regressão de aprendizado e no comportamento dos filhos, após a decisão do município em trocar os profissionais nas escolas.