Um levantamento da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) aponta fechamento de 1.505 empresas no perímetro compreendido pelas Avenidas Fernando Correia da Costa, Mato Grosso, Calógeras e Rua Pedro Celestino, em Campo Grande, no período de abril de 2018 a março de 2019.

De acordo com a CDL, no período foram identificados o fechamento de 828 empresas de prestação de serviço, seguido por 676 comércios e uma indústria, que fecharam as portas. A CDL estima que 7.525 vagas de emprego podem ter sido sido extintas desde então.

O perímetro coincide com o local onde está sendo executada a revitalização da Rua 14 de Julho, o Reviva Centro, cujas obras tiveram início efetivo em junho do ano passado. As obras têm sido alvo de frequentes reclamações de lojistas, que afirmam amargar prejuízos devido à maneira como a execução dos trabalhos tem ocorrido.

CDL relaciona obras do Reviva Centro ao fechamento de 1,5 mil estabelecimentos no Centro
Adelaido Vila, da CDL, defende que impacto das obras contribuíram para quadro negativo (Foto: Guilherme Cavalcante | Midiamax)

O presidente da CDL, Adelaido Vila, considerou as obras necessárias, mas apontou que a condução da revitalização não atendeu o que foi negociado com os empresários e que, por isso, teriam parcela de responsabilidade no fechamento dos estabelecimentos.

“Não estamos apontando que isso tudo foi provado pelas obras. A economia nacional impacta também, e os últimos anos foram péssimos para os empresários. Mas, sabemos que o impacto é grande. Principalmente porque ela foi intensamente discutida com o segmento. Nos apresentaram um planejamento estratégico, mas ele foi executado de forma diferente, o que prejudicou os lojistas”, aponta Vila.

Segundo ele, o principal problema em relação à obra ocorreu porque mudanças na execução da obra não foram avisadas e afetaram o planejamento dos empresários. “Muita gente foi pega de surpresa com interrupção em frente ao estabelecimento, enquanto estava com grande estoque, e não teve condições de vender a mercadoria”, destaca.destaca.

Segundo Vila, o levantamento será apresentado à Prefeitura, com o fim de argumentar ação para minimizar os impactos do Reviva Centro. “Nossa discussão é da forma como a obra foi conduzida. Ela foi negociada de uma forma e está sendo executada de outra forma”, acrescenta.

Divulgação

Ao Jornal Midiamax, a assessoria do Reviva Centro destacou que diversas ações, previstas no Plano de Mitigação do Reviva, foram implementadas com o objetivo de impulsionar o comércio durante a execução das obras. Dentre as ações, segundo a nota, estariam a garantia de acesso às lojas e campanhas publicitárias que anunciavam lojas abertas.

Atualmente, a obra está com 55% de conclusão na Rua 14 de Julho, epicentro da revitalização. A assessoria também destacou que já na noite da terça-feira (20), novas faixas de aviso foram instaladas no perímetro da obra, a fim de alertar que as lojas funcionam normalmente.