Um dado alarmante em Mato Grosso do Sul é o de mulheres vítimas de violência. De janeiro a julho deste ano, 24.646 mulheres sofreram agressão e 22 morreram na mão de seus companheiros, segundo levantamento da Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho). Com isso, integrantes da Comissão Externa de Combate à Violência Doméstica e ao Feminicídio, da Câmara de Deputados visitam Campo Grande na próxima segunda-feira (12).
Flávia Arruda (PL) é presidente da Comissão e tem agenda confirmada para visita. A solicitação foi feita pela deputada federal sul-mato-grossense, Rose Modesto (PSDB). A proposta é para avaliar protocolos e políticas públicas que estão sendo aplicados no estado, coletar informações que ajudem o legislativo federal a propor soluções e a desenvolver campanhas de conscientização.
Segundo Rose, a vinda da presidente da Comissão, vai possibilitar que seja apresentado um panorama da situação no Estado. “Tanto sobre o registro e o acompanhamento dos casos, como o trabalho que já é desenvolvido por órgãos públicos em defesa da mulher. Existem vários trabalhos que podem ser apresentados e adotados na esfera federal”, destacou.
Em Campo Grande, o grupo vai receber o Mapa da Violência Contra a Mulher no Estado, visitar uma casa que abriga mulheres vítimas de violência e ver os serviços oferecidos e todo o trabalho desenvolvido no Ceam (Centro Especializado de Atendimento à Mulher) e na Casa da Mulher Brasileira. A titular da Sedhast, Elisa Nobre, e a secretária Especial de Cidadania do Estado, Luciana Azambuja, vão apresentar as atividades.
Elisa informou para Rose Modesto que no primeiro semestre deste ano, foram registrados 24.646 casos de violência contra a mulher no Estado. “Isso corresponde a um registro a cada 12 minutos, cinco por hora e 115 por dia. São números alarmantes”, enfatizou a deputada.
Foram registrados 10.218 casos de violência doméstica; 9.305 ameaças; 4.249 lesões corporais dolosas (quando o agressor causa dano físico ou psicológico nas vítimas); 792 estupros; 60 tentativas de feminicídio e 22 feminicídios.
De janeiro até julho deste ano, a Casa da Mulher Brasileira fez 82.561 atendimentos às vítimas de violência doméstica e seus familiares, entre eles o acompanhamento psicossocial, oferta de alojamento e de transporte, atendimento policial e judicial.
(Com assessoria)