A Prefeitura de , por meio da assessoria do projeto Reviva Centro, divulgou na tarde desta quinta-feira (21) nota de esclarecimento na qual considera injusto atribuir às obras de revitalização da o fechamento de 1,5 mil lojas em perímetro da região Central, conforme levantamento apresentado na quarta-feira (20) pela CDL 9(Câmara dos Dirigentes Lojistas).

Segundo a nota, a revitalização da via surgiu “justamente para reverter o processo de degradação, falência e esvaziamento que o centro da cidade já vinha sofrendo, modernizando sua infraestrutura”.

A Prefeitura refuta os dados apresentados no levantamento e afirma não condiz com os números oficiais. “A metodologia da pesquisa justificada pela assessoria da CDL foi que o levantamento foi feito de porta em porta. Entretanto, os resultados impressionam, uma vez que, caso a obra da Rua 14 de Julho impactasse todo o comércio ali instalado, o número de fechamento não seria superior a 242 empreendimentos localizados na via, conforme cadastro censitário realizado no início das obras”.

Na nota, o município destaca, ainda, que acompanha a situação e que constatou que muitos dos fechamentos ocorreram devido a reformas nos estabelecimentos. “Sabemos que o início das obras coincidiu com uma crise acentuada em todo o país, e que isso tem causado prejuízos a todo o comércio varejista de Campo Grande. A Prefeitura é sensível a essa situação e se preocupa em estimular as compras na Rua 14 de Julho nesse período delicado de obras”.

Pesquisa polêmica

Na manhã da quarta-feira (20), a CDL divulgou pesquisa na qual o fechamento de 1,5 mil estabelecimentos – dos quais 828 eram empresas de prestação de serviço, 676 comércios e uma indústria – estariam relacionados à modificações no planejamento das obras de revitalização, atualmente 55% concluídas.

Segundo a CDL, os fechamentos foram observados no perímetro compreendido pelas Avenidas Fernando Correia da Costa, Mato Grosso, Calógeras e Rua Pedro Celestino, em Campo Grande, no período de abril de 2018 a março de 2019. Bem no meio estão as obras da Rua 14 de Julho.

Até o prefeito Marquinhos Trad (PSD) reagiu incrédulo aos números e afirmou que só comentaria após ter acesso aos dados do levantamento, conforme trouxe o Jornal Midiamax.

O presidente da CDL, Adelaido Vila, considerou as obras necessárias, mas apontou que a condução da revitalização não atendeu o que foi negociado com os empresários e que, por isso, teriam parcela de responsabilidade no fechamento dos estabelecimentos.

“Não estamos apontando que isso tudo foi provado pelas obras. A economia nacional impacta também, e os últimos anos foram péssimos para os empresários. Mas, sabemos que o impacto é grande. Principalmente porque ela foi intensamente discutida com o segmento. Nos apresentaram um planejamento estratégico, mas ele foi executado de forma diferente, o que prejudicou os lojistas”, aponta Vila.

Segundo ele, o principal problema em relação à obra ocorreu porque mudanças na execução da obra não foram avisadas e afetaram o planejamento dos empresários. “Muita gente foi pega de surpresa com interrupção em frente ao estabelecimento, enquanto estava com grande estoque, e não teve condições de vender a mercadoria”, destaca.destaca.

Confira a nota da Prefeitura na íntegra:

Nota de esclarecimento

Sempre agindo com transparência nas informações relativas ao Programa Reviva Campo Grande, a Prefeitura Municipal vem a público esclarecer alguns pontos levantados nas últimas reportagens sobre uma pesquisa divulgada pela Câmara de Dirigentes Lojistas, a respeito do fechamento de comércios na região central da cidade e a extinção de postos de trabalho.

É notório e público que a infraestrutura existente na região central estava obsoleta, não fazendo frente à competitividade das novas centralidades, centros comerciais e shoppings que atuam em Campo Grande, sendo de suma importância interferir na região visando sua melhoria. O Programa Reviva Campo Grande, incluindo a obra da Rua 14 de Julho, foi concebido para, justamente, reverter o processo de degradação, falência e esvaziamento que o centro da cidade já vinha sofrendo, modernizando sua infraestrutura. É injusto, portanto, atribuir a efetivação dos trabalhos ao fechamento dos comércios, sendo que este já era um fenômeno em expansão muito antes da obra ser iniciada.

A referida pesquisa, elaborada pelo departamento de varejo e pesquisa da CDL, claramente não condiz com os números oficiais de órgãos que trabalham com dados relativos à abertura e fechamento de empresas. A metodologia da pesquisa justificada pela assessoria da CDL foi que o levantamento foi feito de porta em porta. Entretanto, os resultados impressionam, uma vez que, caso a obra da Rua 14 de Julho impactasse todo o comércio ali instalado, o número de fechamento não seria superior a 242 empreendimentos localizados na via, conforme cadastro censitário realizado no início das obras. Antes mesmo das obras começarem, inclusive, já existiam 28 estabelecimentos fechados, de acordo com o levantamento. Além disso, dados da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul apontam que, entre dezembro de 2017 e dezembro 2018, o índice de fechamento de empresas foi em média de 10%.

A Prefeitura tem acompanhado de perto essa situação e já constatou também que muitas portas estão fechadas enquanto seus proprietários se preparam para reformar o prédio e, assim, apresentar um comércio mais moderno e atrativo quando da entrega da requalificação da via.

Sabemos que o início das obras coincidiu com uma crise acentuada em todo o país, e que isso tem causado prejuízos a todo o comércio varejista de Campo Grande. A Prefeitura é sensível a essa situação e se preocupa em estimular as compras na Rua 14 de Julho nesse período delicado de obras.

Também reforçamos que a obra não está atrasada, como divulgado em alguns canais de comunicação. O prazo para finalizar os serviços é março de 2020, mas a intenção é entregar a rua requalificada até dezembro de 2019, ou seja, antes do prazo. Informa-se ainda que o Programa Reviva Campo Grande não engloba apenas a Rua 14 de Julho, mas as transversais, o projeto de habitação no centro, entre outras ações.

O Programa Reviva Campo Grande foi amplamente discutido em audiências públicas e reuniões com comerciantes e representantes da sociedade, antes de ser iniciado. Além disso, tem o apoio técnico do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento – desde o início, uma instituição séria e conceituada que prima pelo desenvolvimento de regiões.