Despachos perto da Praça do Papa tomam ruas e incomodam vizinhos
Moradores do bairro Lar do Trabalhador, em Campo Grande, denunciam a sujeira e os ‘despachos’ [trabalhos espirituais] deixados no cruzamento da Avenida Cassiano Sandim de Rezende, com a Rua Zákia Siufi, nas proximidades da Praça do Papa. Velas vermelhas, moedas, garrafas de vinho, animais mortos e até páginas de uma bíblia foram encontradas no cruzamento […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Moradores do bairro Lar do Trabalhador, em Campo Grande, denunciam a sujeira e os ‘despachos’ [trabalhos espirituais] deixados no cruzamento da Avenida Cassiano Sandim de Rezende, com a Rua Zákia Siufi, nas proximidades da Praça do Papa.
Velas vermelhas, moedas, garrafas de vinho, animais mortos e até páginas de uma bíblia foram encontradas no cruzamento das ruas. De acordo com os moradores, há pelo menos 1 ano as ruas daquela ‘encruzilhada’ são usadas por algumas pessoas para a preparação de oferendas a exus.
Os resquícios dos despachos deixados por lá assustam quem passa diariamente pelo local. A dona de casa Rozalina Romero, de 51 anos, afirma que a situação causa um certo incômodo, mesmo se tratando da prática de uma religião.
“Sempre que eu passo por aqui, me benzo e acho que eles deveriam procurar um lugar mais apropriado para fazer isso. Eu tenho medo e acho uma nojeira, deixaram um cachorro morto bem ali na esquina”, reclama.
Ainda de acordo com Rozalina, os despachos são deixados naquele cruzamento aos finais de semana. “Se você vier aqui às sextas-feiras, no período da noite, vai ver o que acontece. Eles aproveitam a escuridão para deixar essas bacias aqui. Me incomoda, mas eu não tenho coragem de tirar da rua”, conta.
Por outro lado, há também quem não se incomoda com a prática. A aposentada Maria Souza, de 60 anos, respeita a religião. “Isso não me incomoda até porque faz parte da religião deles. Antigamente era pior, eles traziam galinhas mortas e deixavam dentro das bacias. Gostaria que a área fosse limpa, mas não faz diferença para mim”, diz.
Encontrei um despacho, o que fazer?
Por se tratar de uma atividade religiosa, o mito em torno da oferenda acaba assustando muitos leigos. Segundo o babalorixá Roberto Lopes, do Centro Espírita Ylê Obá Axé Nago Kobi, caso o despacho esteja em frente à sua casa e te incomoda, não há problema em, respeitosamente, retirar a oferenda do local e descartá-la.
“Se te incomoda, peça licença, recolha o que foi usado no despacho e coloque em um saco de lixo. Mesmo se for da minha religião, se largassem um despacho em frente à minha casa, eu me incomodaria. As pessoas precisam ter consciência de que podem acabar ofendendo quem não gosta da religião, você não é obrigado a aceitar ou gostar, então, eu tenho que fazer os meus despachos em um lugar que não tenha ninguém”, explica.
As encruzilhadas, conforme o babalorixá, são utilizadas por representarem os pontos cardeais. “Norte, Sul, Leste e Oeste, que seus caminhos estejam abertos em todas as direções. Não só para uma coisa, mas para todas as oportunidades que a vida possa te oferecer”, completa.
Notícias mais lidas agora
- Corpo de homem desaparecido é encontrado em rio no interior de MS
- Motorista de aplicativo esfaqueia cliente após briga por cancelamento de corrida em Campo Grande
- Empresário vítima de infarto aos 36 anos fazia uso de anabolizantes esporadicamente, diz irmão
- Idosa é presa e comparsa foge após tentar abrir conta com documentos falsos em agência bancária
Últimas Notícias
EUA: Musk espalha desinformação sobre projeto de lei de gastos
Musk não apenas usou sua grande influência na plataforma para tentar influenciar o Congresso, mas o fez sem levar em conta os fatos
Identidade visual do Brics 2025, realizado no Brasil, terá árvore amazônica como símbolo
Samaúma, àrvore da Floresta Amazônica será símbolo do encontro
Belas Artes, Ernesto Geisel e escolas: prioridade é terminar obras paralisadas em Campo Grande, diz Adriane
Prefeita também destacou projetos a serem discutidos, como obras de viaduto na rotatória da Coca-Cola, na saída para São Paulo
Motorista que morreu carbonizado em acidente estava em zigue-zague na rodovia MS-276
Outros motorista tentaram tirar José de dentro do carro, mas ele estava preso nas ferragens
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.