O ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou nesta terça-feira (4) em visita a Câmara que o país deve frear os concursos públicos nos próximos anos para que não seja feita a contratação de servidores até para que máquina pública seja esvaziada. A explicação é de que os governos anteriores fizeram diversas contratações fazendo com que a folha salarial inchasse.

“Para proteger a mão de obra que está lá, nós fizemos o seguinte: vamos desacelerar as contratações agora, ficar sem contratar um tempo e vamos informatizar. Nós precisamos pensar no país, não vamos admitir durante um certo tempo”, disse o ministro.

A decisão pega diversos concurseiros de surpresa pela questão de estarem ansiosos para determinado cargo pleiteado por meio dos concursos.

O professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Leandro de Moraes que dá aulas no “I9 Aqui”, uma escola preparatória de concursos, explica que a posição tomada pelo ministro não interfere muito no setor, já que são concursados. Ele afirma que as aulas de concurso são um extra e a principal diferença agora é que vão ter que focar em outras áreas.

Anúncio de que 2020 não terá concursos pega cursinhos de surpresa em MS
Paulo Guedes afirmou que concursos devem ser congelados pelos próximos anos. (Foto/ Reprodução)

“Para os , eles vão ter que focar em outras áreas e isso deve ser o foco principal. Esperar normalizar a parte econômica para voltar a oferecer as aulas de concurso, isso vale para as escolas que fazem preparatório para concurso, elas vão ter que se adaptar as outras áreas. Dentro dos concursos públicos vai ser difícil trabalhar”, disse.

Para o professor, os concurseiros sempre esperam com ansiedade a abertura de concursos da Polícia Militar e dos professores. “Sempre vai ter uma carga muito grande procura. São os dois que mais movimentam o Estado”.

Leandro cita que o calendário deverá ser afetado porque há toda uma programação especial quando é divulgado a previsão de um novo concurso. “Quando vem uma fala que vai reduzir e a tendência é a gente ficar aberto a outras possibilidades, até de não ter esse concurso. A gente está na corda bamba, esperando por tudo e a maioria das escolas preparatórias vão adotar essa medida de ficar na corda bamba, de reduzir as turmas para não se expor tanto, até para não ser pego de surpresa”.

O concurseiro Diego Aranda afirma que a decisão do ministro muda totalmente os planos de milhares de pessoas, que deixam de assumir cargos fixos para conquistar novos cargos no futuro por meio dos concursos, já que a maioria deles “buscam uma estabilidade financeira”.

Ele alega que o congelamento faz os estudantes serem pegos de surpresa e agora, traçam novos planos, porque aquele antigo praticamente acaba. “A decisão [do ministro] pega todos de surpresa, porque a gente sabe que o déficit de funcionários públicos é grande em todas as áreas”, contrapondo o que disse Paulo Guedes sobre estar “cheio de servidores”.

“Tem gente se prepara um ano, dois anos e vai fazendo um concurso atrás do outro até conseguir entrar em uma função melhor”, pontuou.