Debate sobre regulação de aplicativos tem até agressão na Câmara, mas fica sem consenso
Não foi dessa vez que motoristas de aplicativo, taxistas e mototaxistas entraram em consenso sobre a regulamentação do serviço de transporte oferecido em Campo Grande há quase três anos. Pelo contrário: o debate, realizado na Câmara Municipal, foi protagonizado por muita discordância e até agressão física. Feita a pedido da Comissão Permanente de Legislação Participativa, […]
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Não foi dessa vez que motoristas de aplicativo, taxistas e mototaxistas entraram em consenso sobre a regulamentação do serviço de transporte oferecido em Campo Grande há quase três anos. Pelo contrário: o debate, realizado na Câmara Municipal, foi protagonizado por muita discordância e até agressão física.
Feita a pedido da Comissão Permanente de Legislação Participativa, a audiência pública realizada nesta tarde de terça-feira (2) tinha como intenção reunir “os dois lados da moeda” para que fossem ajustados os termos do projeto, que deve ir ao plenário na próxima semana e visa regulamentar os aplicativos de transporte na cidade.
Contudo, com cerca de 20 minutos de evento, começou a primeira confusão, com muito bate-boca e troca de acusações, inclusive de crimes como estupro e roubo. A situação chegou ao seu ápice quando o taxista Fernando Augusto, após uma discussão, foi seguido por dois homens, empurrado por um deles e atingido por dois socos pelo outro.
Fernando teve sangramento no nariz, estancado ali mesmo na Câmara. Ele não precisou de atendimento médico, continuando na audiência. Acredita-se que os agressores sejam motoristas de aplicativo, mas nenhum deles foi identificado até o final da audiência pela equipe de segurança da Câmara Municipal.
Por causa da confusão, a sessão foi suspensa até que a ordem fosse restaurada. Desde o início, os motoristas de aplicativo ficaram do lado direito do plenário, enquanto taxistas e mototaxistas seguiram no lado esquerdo.
Reivindicações que persistem desde o início
Assim que retornado o debate, Douglas Nathan, de 28 anos, reivindicou mais flexibilidade na regulamentação e que haja mudança no tratamento dado atualmente aos motoristas de aplicativo. Além de motorista de aplicativo, Nathan é diretor da Amac (Associação dos Motoristas por Aplicativos Campo-grandense).
“Estão nos tratando como se fossemos transporte público, querendo implementar muitas regras. Mas somos diferentes, somos da iniciativa privada. Temos que pagar nossos impostos e apenas sermos fiscalizados pelo Poder Público, mais nada”, frisa Douglas.
Em contraponto, o taxista Orlando Espíndola, de 70 anos, frisa que é necessário tornar mais justo a competição entre os permissionários (taxistas e mototaxistas) e os que trabalham com aplicativos de transporte, como o Uber.
“Tem que ser justo e dar responsabilidades iguais a todos, que o município não perca tanto em arrecadação com esses carros emplacados em Belo Horizonte (MG), que leva a arrecadação local toda para lá. O buraco que esses carros fazem é aqui, não lá”, comenta Orlando, se referindo aos veículos alugados.
O taxista também reclamou afirmou que é não pode haver vereadores vestindo a camisa de nenhum dos lados nessa discussão, e que, infelizmente, o incidente de hoje na Câmara é comum nas ruas. “É um barril de pólvora. As pessoas estão em conflito diário por causa dessa discussão. Eu mesmo sempre preciso separar na rodoviária”, revela.
Demora em resolver a questão e ausência de vereadores
Uma reclamação em comum entre os motoristas de ambas as áreas foi a demora para resolver a situação, já que o primeiro aplicativo, o Uber, chegou em Campo Grande há quase três anos e nada foi resolvido até então. Quem respondeu a isso foi o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno.
“Todos foram chamados para o debate, todos foram ouvidos para encontrarmos o caminho a seguir. Não há demora, mas debate”, disse Janine. Antes, ele também confessou saber que, atualmente, o trabalho não está bom nem para motoristas de aplicativos, e nem para taxistas e mototaxistas. “Está bom apenas para as empresas de aplicativos”.
A ausência da maioria dos vereadores também foi tema da reunião após Fernando França, motorista de aplicativo de 54 anos, pediu à fala e reclamou dessa situação. Ao todo, apenas cinco deles foram à audiência – André Salineiro (PSDB), Vinicius Siqueira (DEM), Eduardo Romero (Rede), Otávio Trad (PTB) e Dharleng Campos (PP).
“O Junior Longo está presente? Não. E ele é presidente da Comissão de Transporte. Lamentável”, disse França, seguido de aplausos. Siqueira ainda explicou que Longo, vereador pelo PSB, está em viagem a trabalho, mas não falou dos demais colegas.
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