Pintado em 2016 pela artista Marilena Grolli, o grafite no muro do Centro Olímpico Vila Nasser foi coberto por uma tinta azul e gerou reações de indignação nos moradores que reagiram nas redes sociais nesta quarta-feira (18).
Localizado na rua Januário Barbosa, na Vila Nasser, o Centro Olímpico Rui Jorge da Cunha, ganhou cores no dia 2 de julho de 2016 após a artista doar seu trabalho em parceria com o Sistema OCB (Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no MS).

A época, Marilena que era moradora da região contou que levou dois dias para completar o trabalho no muro do complexo, mas que estava muito satisfeita com o trabalho que foi inspirado nas olimpíadas, cores do Brasil com as modalidades esportivas e expressões urbanas.
A imagem do muro pintado veio à tona nas redes sociais na tarde desta quarta-feira e causou indignação da população campo-grandense. Uma das postagens chegou a fazer referência à música ‘Gentileza’ da cantora Marisa Monte. “Apagaram tudo. Pintaram tudo de cinza. A palavra no muro ficou coberta de tinta. Apagaram tudo. Pintaram tudo de cinza. Só ficou no muro. Tristeza e tinta fresca”, disse um dos moradores.
“Nós que passamos pela cidade merecemos ver a arte de Marilena Grolli. Tantas outras necessidades na cidade, mas essa foi a prioridade. Apagar tudo”, completou o professor.
“Era lindo”, “Queremos a arte da Grolli”, “Que tristeza”, entre tantos outros comentários revelam o sentimento da população com a pintura do muro.
‘Desrespeito com o artista’

Ao Jornal Midiamax Marilena Grolli, que está grafitando na Cidade do México, a relatou que ficou sabendo perto das 18h sobre a cobertura da arte no muro e então teve acesso a polêmica e aos comentários dos moradores. “A arte pertence à comunidade, ao espaço público. A arte é considerada um bem público. Precisavam ter consultado à comunidade. Eu tô longe e fiquei bem triste com a notícia, apesar de estar realizando um sonho aqui no México. Vou esperar voltar para ver que rumo vão tomar as coisas. Mas estou muito triste com a falta de respeito por parte das instituições com os artistas, que vai lá doa a sua arte e ela é apagada se nenhum aviso prévio”, disse.
“A arte é da comunidade, é um bem público, porque ela quem paga os impostos, e por isso se indigna. Tem o sentimento de pertencimento e tão tirando isso dos moradores porque a arte é deles, deviam ter sido consultados. Fiquei sabendo pelo Facebook. Alguém mandou no WhatsApp o link e fiquei muito chocada com esse tipo de ação e triste. Quando voltar para o Brasil vamos ver que rumo as coisas tomam”, concluiu a artista.
Prefeitura
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura e aguarda o retorno.