‘Queremos trabalhar’: Comerciantes fazem protesto contra obras do Reviva Centro

A tarde desta quinta-feira (20) foi marcada por um protesto de comerciantes contra as obras do Reviva Centro, na Rua 14 de Julho, em Campo Grande. Alegando demora, queda de clientes e acordos não cumpridos, cerca de 100 manifestantes gritavam palavras de ordem e pediam uma solução por parte da Prefeitura Municipal. Lojistas e funcionários […]

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A tarde desta quinta-feira (20) foi marcada por um protesto de comerciantes contra as obras do Reviva Centro, na Rua 14 de Julho, em Campo Grande. Alegando demora, queda de clientes e acordos não cumpridos, cerca de 100 manifestantes gritavam palavras de ordem e pediam uma solução por parte da Prefeitura Municipal.

Lojistas e funcionários realizaram um apitaço e tomaram conta da Rua por volta das 14h. Entre as reclamações, os protestantes garantiram que o acordo feito com a Prefeitura e a empreiteira responsável pelas obras não estaria sendo cumprido.

Eles alegam que o acertado foi de que os trabalhos durariam, no máximo, 60 dias por quadra e, atualmente, esse prazo já se estendeu para 120 dias. Além disso, a empreiteira também teria garantido que cada quadra seria feita por vez. Mas, segundo os manifestantes, a dimensão que engloba a Rua 14 de julho com a Rua 7 de Setembro ainda não foi entregue e os maquinários já avançaram para as outras regiões.

A morosidade na entrega também seria outro motivo de reclamação. Um comerciante, que não quis se identificar, relatou que na última terça e quarta-feira (18 e 19) máquinas e funcionários estariam no local da obra, mas não trabalharam de fato. As folgas nos fins de semanas também geram revolta entre os lojistas.

“Para agilizar, eles poderiam trabalhar no sábado quando a movimentação é mais fraca e no domingo quando as lojas não abrem. Assim não atrapalharia ninguém e adiantaria bastante.”

Gilmar Oliveira dos Santos, dono de um comércio de roupas infantis na esquina com a Rua Maracaju, alegou que as vendas caíram em 45% desde que o Reviva Centro começou.

“Essa questão da Prefeitura falar que as vendas cresceram é pura mentira. Se tivessem aumentado eu não estaria aqui protestando. Já fazem 80 dias que essa obra na Rua 14 de Julho começou.”

Já para a comerciante Claudia Mascarenhas, proprietária de uma loja de presentes, a afirmação a cerca do crescimento da movimentação na região é um absurdo. “Ficam divulgando que as vendas aumentaram e sabem que é mentira, além disso estão avançando a quadra e descumprindo o que foi prometido.”

Os investidores de imóveis também estão sentindo no bolso o reflexo das obras, é o que garante Airton Bernardo, dono de um prédio que abriga salas comerciais.

“Os inquilinos foram embora e eu não consigo mais alugar meus imóveis. O movimento está fraquíssimo.”

Na manifestação também estava presente quem vive de comissões, como é o caso da vendedora Graziele Anselmo Barbosa. A jovem reclama que está cada dia mais difícil lidar com as contas que não param de chegar.

“Isso acaba prejudicando também os vendedores comissionados. No primeiro mês eu me virei nas contas, mas no segundo já deu uma apertada na renda. Isso deveria ser mais ágil.”

Resposta Prefeitura

Por meio de assessoria de imprensa, a Prefeitura Municipal informou que “os impactos da execução já eram previstos e a obra foi amplamente discutida com a comunidade em mais de 50 reuniões técnicas, audiências e consultas públicas com representantes da sociedade civil e a população como um todo.

Sendo assim, a administração municipal, com informações da Engepar Engenharia, informa a sequência dos trabalhos do Reviva Campo Grande.”

Ainda conforme a nota, a “obra está adiantada em relação ao Cronograma do Contrato, que prevê sua conclusão nos primeiros meses de 2020. O objetivo é entregar a primeira etapa dos serviços adequada ao bom funcionamento do Comércio neste Natal, até meados de novembro. A previsão é também executar as calçadas em estágio de funcionamento para novembro de 2019, época mais apropriada às vendas de fim de ano.

Esta primeira etapa de obras buscou a realização dos serviços enterrados e dos que movimentam o solo, como as bases do pavimento. Após o volume de chuvas acima da média, como as ocorridas nos últimos dois meses, é necessário aguardar que o material seque para voltar ao trabalho, já que, se o trabalho for feito fora da umidade correta, o solo não responde e pode provocar afundamento.”

Os serviços executados neste segundo semestre são:

Bacia do Prosa – Avenida Fernando Corrêa da Costa

– Entre a Av Fernando Corrêa da Costa e a Rua 15 de Novembro: conclusão do asfalto, estacionamento em blocos de concreto, canaletas; drenagem, rede de esgoto, dutos, caixas elétricas e caixas de telefonia.

– Entre a Rua 15 de Novembro e Av. Afonso Pena: conclusão da drenagem e rede de esgoto, sem demolição total do pavimento existente.

– Entre Av. Afonso Pena e Rua Barão do Rio Branco, sem obras.

Bacia do Segredo – Rua Maracaju

– Entre a Maracaju e Dom Aquino: conclusão do asfalto, estacionamento e via em blocos de concreto, canaletas, drenagem, rede de esgoto, dutos, caixas elétricas e caixas de telefonia.

– Entre as Ruas Dom Aquino e Barão do Rio Branco, sem obras.

– Entre a Rua Maracaju e Avenida Mato Grosso: conclusão das redes coletoras de esgoto e drenagem, sem abertura da via para a instalação de caixas e dutos.

As calçadas serão executadas também no período noturno, preservando o acesso às lojas com menos incômodo. A implantação das instalações embutidas e a estrutura da calçada serão realizadas de maneira a diminuir o impacto no funcionamento dos comércios.

Nas esquinas, além dos novos poços de visita e caixas de inspeção, é preciso cuidar da via transversal para a travessia das suas infraestruturas.

A Prefeitura ainda afirmou que “o ritmo da obra está acelerado, com a rede de esgoto praticamente finalizada, com mais de 90% concluída.”

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