Os recentes casos de acidentes com morte provocados por embriaguez ao volante colocam a polícia em alerta e levam o Batalhão da Polícia Militar de Trânsito (BPTran) a intensificar a fiscalização. Segundo o órgão, somente em junho já ocorreram 50 operações para prender motoristas que dirigem sob o efeito de álcool ou outras drogas. Essas ações resultaram em 161 prisões e 322 autuações.

Apesar disso e do aumento do rigor da lei, as pessoas ainda têm a sensação de impunidade e continuam dirigindo alcoolizadas. E as mortes continuam acontecendo. Na madrugada desta quarta-feira (27), Campo Grande registrou mais um caso provocado pela embriaguez ao volante. Desta vez, Alexander da Silva morreu após  colisão no Aero Rancho, atingido por um motorista embriagado. Há 12 dias, um casal de idosos morreu na rua Marechal Rondon, também atingido por um motorista alcoolizado – e reincidente.

Dirigir embriagado é crime e, do começo do ano até esta quarta-feira (27), o BRTran registrou 161 prisões. Além disso, 292 motoristas se recusaram a realizar o teste do bafômetro e 322 foram autuados.

O tenente-coronel Franco Alan da Silva Amorim afirma que o BPTran tem intensificado as fiscalizações e ressalta que nem todos os casos resultam em prisão. Segundo ele, no primeiro semestre foram feitas 322 autuações. Esse número já é maior que as 278 registradas no mesmo período do ano passado.

As fiscalizações são feitas em blitz fixas e móveis, quando um grupo de policiais em motos abordam motociclistas, já que a estratégica tem uma menor possibilidade de fuga.

De acordo com o BPTran, as regiões com maior número de acidentes são as da área central, como a avenida Duque de Caxias e Afonso Pena. Para o tenente-coronel, a fiscalização é a medida mais eficaz, a curto prazo, mas também deve haver a educação dos motoristas. “Com a rigidez na fiscalização, temos percebido uma queda na violência do trânsito. Tivemos um aumento no número de prisões, mas isto é resultado do aumento de blitz. Na verdade, a violência no trânsito diminuiu em 3 mil casos entre 2014 e 2017”, explica.

Redução
O comandante do BPTran também ressalta que 114 morreram no trânsito em 2014, já em 2017 foram registradas 70 mortes. “Esta redução no número de mortes coincide com o aumento da fiscalização e a rigidez da Lei Seca. Há uma impressão de impunidade em casos de embriaguez ao volante, mas na prática isto não ocorre. Os casos diminuem porque a população tem um temor da lei”, afirma o tenente-coronel.