Dezenas de pessoas foram vencidas pelo cansaço e desistiram de esperar atendimento na UPA (unidade de Pronto Atendimento) Leblon durante manhã e início da tarde desta sexta-feira (12), em Campo Grande.
A semana começou tumultuada na Unidade de Saúde onde diversos pacientes relatam ao Jornal Midiamax que não havia médicos na UPA. No início da tarde, após inúmeras denúncias de leitores, a reportagem foi até o local e constatou a ausência de profissionais.
Abarrotados nas cadeiras e sentados no chão, os doentes eram informados que “não tinha o que fazer, apenas esperar.” Aproximadamente 5 minutos depois dos jornalistas chegarem na UPA, por volta das 14h40, uma médica retomou as consultas.
Revoltado com a situação da mãe de 76 anos, Samuel foi um dos porta-voz no corredor de espera. “Estamos aqui desde a manhã. Minha mãe é idosa, tem 2 cirurgias no coração e está com água no pulmão,” relatou o homem com o prontuário de encaminhamento de emergência nas mãos.
Micaela Cruz, sentada em uma das cadeiras, exibia um enorme roxo em uma das coxas. A jovem, de 26 anos, sofreu um acidente de moto e aguardava, com dores, atendimento médico. Na recepção, segundo a paciente, a informação era que “o médico estava chegando”. Por causa dos ferimentos, ela não conseguiu ir trabalhar nesta segunda-feira.
No chão
Um dos homens que aguardava há horas ser chamado disse que nunca viu tanta desumanização. O paciente, que não quis se identificar, disse que no período da manhã presenciou pessoas deitadas no chão com dores e crianças com “a cabeça rachada”.
Todas, de acordo com relatos, teriam ido embora devido à falta dos médicos. Nesta manhã, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também não disponibilizou a escala em seu site, deixando os pacientes ainda mais perdidos para conferir onde há médicos atendendo.
A Sesau confirmou a falta de médicos e alegou que os profissionais faltaram sem avisar. A secretaria enviou outros profissionais à UPA Leblon para não deixar a população sem atendimento.
Falta de bancos
Outra surpresa foi a falta de bancos no lado de fora da UPA. Com a superlotação, as cadeiras dos salões ficam lotados e pacientes precisam aguardar em pé ou sentados no chão. Algumas pessoas, fracas pela enfermidade, se submetem a descansar em qualquer canto da Unidade.
Por meio de assessoria de imprensa, a Secretaria informou que os bancos foram remanejados para o lado de dentro da Unidade. “Deixamos somente aonde podemos ver e se precisar dar assistência estará na nossa vista. Os que existiam na parte externa foram remanejados para a parte interna para dar mais comodidade aos pacientes porque a recepção é climatizada e para evitar, inclusive, que houvessem problemas de chamada dos pacientes.”
