Ari diz que é preciso ‘recuperar

De tanto ver as ruas de Campo Grande esburacadas e ouvir as pessoas reclamarem desta situação, o engenheiro agrônomo Ari Fialho Ardenghi, 72 anos, resolveu sair da zona de conforto e colocar a mão na massa – literalmente. Desde o início desta semana, ele foi para as ruas do bairro onde mora, na Vila Sobrinho, para tapar os buracos e ainda convocou os vizinhos.

O engenheiro acredita que não adianta esperar que a Prefeitura resolva o problema do asfalto na Capital e ficar reclamando “de braços cruzados”. “É preciso recuperar 90% das ruas de Campo Grande, e é impossível o poder público dar conta de tapar todos os buracos, pois quando começar a arrumar uma parte da cidade, a outra já estará toda esburacada de novo”, comenta Fialho.

Com este pensamento, o engenheiro pegou um machado, cimento, areia e água e foi para rua atrás dos buracos. “Uso a ferramenta para acertar o buraco, depois, dentro dele mesmo, misturo o cimento, a areia e a água, daí só acento a massa”, explica.

O morador da Vila Sobrinho garante que para tapar somente os buracos da rua dele, gastou em torno de R$ 5. ‘Seu Ari’, como é conhecido na região, acredita que se a população “abraçar” esta causa, não ficará pesado para ninguém e todo mundo sai ganhando.

Defendendo esta ideia, ele diz que pretende sugerir uma audiência pública para discutir essa proposta com outras pessoas.

Enquanto isso, ele continua abordando os próprios vizinhos, como fez com alguns garotos nesta semana. “Eles ficaram me olhando enquanto eu tapava um dos buracos e depois até levaram biscoito pra mim. E acabaram me ajudando no serviço”, conta Fialho.

No final do ano passado, a Prefeitura de Campo Grande anunciou o contrato de quatro empresas para operar os serviços de tapa-buracos na Capital. Ao todo, o orçamento ficou em R$ 34,2 milhões. No final do ano passado, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) garantiu que 35 equipes estariam nas ruas da cidade para cumprir o compromisso de tapar os buracos.