O juiz David de Oliveira Gomes Filho, titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinou a inclusão no polo passivo da ação diversos associados da empresa Minerworld que, segundo o MPE (Ministério Público Estadual), teriam sido decisivos na difusão do esquema de pirâmide financeira praticada pela companhia. Os novos alvos da investigação também tiveram bens bloqueados, na ordem de R$ 300 milhões.

Dentre os novos arrolados estão Luís Augusto Yamashita de Souza, que seria responsável pela TI (tecnologia da informação) da empresa, e Hércules Franco Gobbi, que é descrito como o diretor de tecnologia da empresa – ele é marido de Patrícia da Silva Beraldo, cujo nome consta na petição inicial do MPE. Além deles, Raimundo Olegário Cruz e Mirna Saad Cruz – pais de Cícero Saad – e Alvira de Carvalho Nunes – mãe de Jonhnes Carvalho – também passaram a integrar o polo passivo da ação.
Já Ivan Félix de Lima, José Aparecido Maia dos Santos, Mayckon Voltaire Grisoste Barbosa, Elierri Medeiros de Oliveira, Mayko Alessandro Cunha Franceschi e Rosineide Pinto de Lima, que também foram incluídos na ação, integrariam o que seria a elite dos investidores, grupo comumente chamado de G10, que se proclamavam como investidores de sucesso e ostentavam em suas redes sociais viagens internacionais e veículos de luxo, a fim de atrair pessoas para a empresa.
Dossiê do MPE
De acordo com o processo, o pedido do MPE para a inclusão e a decisão interlocutória do juiz permaneceram sob sigilo “para não frustrar a eficácia da ordem de indisponibilidade de bens”, das 18h15 do dia 3 de maio até às 18h da última segunda-feira (7). Todavia, uma vez que o bloqueio de bens e contas bancárias foram efetuadas, os autos já foram disponibilizados para consulta.
A manifestação do MPE, a propósito, alega que os novos arrolados teriam contribuído para o esquema de pirâmide, seja como fiadores, sócios de fato (laranjas), mentores ou organizando redes da Minerworld. A peça do Ministério Público apresenta, ainda, um dossiê de cada nome envolvido, e detalhamento de como cada um deles influenciou no crescimento do possível golpe financeiro ao longo de 2017.

Novos bens bloqueados
Com a inclusão de mais nomes no polo passivo da ação, o número de bens bloqueados, que continuam na ordem de R$ 300 milhões, evidentemente cresceu. Segundo o processo, já estão bloqueadas contas bancárias, cujos saldos ainda não foram anexados à ação, e veículos – muitos deles de luxo – foram impedidos de transferência. Confira-os a seguir:
Mayko Francesch – um Nissan Frontier SVATK4xA, um Honda City LX CVT, um Triumph Daytona 675, um Toyota Corolla modelo XEI20 Flex, um GM Astra Sedan Elegance.
Elierri Mederiso de Oliveira – um LR Evoque Dynamic 5D e uma Honda CG 150 Titan Ks
Rosineide Pinto de Lima – um Hyundai IX35 B.
Maycon Voltaire Barbosa- uma Mercedez Benz C180.
José Aparecido Maia dos Santos – um Jeep Compass Limited, um Honda Civic LX e uma Honda CG 125.
Alvira de Carvalho, mãe de Jonhnes Carvalho – um Chevrolet Classic e uma BMW 320i.
Raimundo Olegario Cruz, pai de Cícero Saad – um Fiat 120.
Em nome de Mirna Saad, mãe de Cícero – Porsche Cayenne V6, um Ford Ecosport SE, uma BMW 320i e uma Mercedez Benz C180.
Hercules Franco Gobbi – uma Honda Biz 125.
Luis Augusto Yamashita de Souza – um VW Amarok CD 4×4 Trend.